Paris - Na Alemanha, um projeto de lei prevê obrigar o Google a pagar comissões aos editores jornalísticos, no Brasil os jornais se retiraram do Google Notícias e na Bélgica o Google parou de referenciar os sites dos jornais: três países, três formas de lidar com o gigante americano da internet.
- A Alemanha pelo "Google Lex":
O governo alemão adotou no fim de agosto um projeto de lei destinado a proteger a propriedade intelectual dos editores jornalísticos na internet, obrigando portais de busca a pagar-lhes uma comissão.
O Google não é a única empresa afetada pelo texto, que afetará também alguns blogs e sites especializados.
A medida é reivindicada há tempos pelos grandes grupos de imprensa do país.
Mas a adoção do projeto de lei pelo Parlamento não é certa, já que a esquerda critica fortemente ao texto.
Na Itália, a Federação de Editores de jornais pediu ao governo uma lei similar.
- Na Bélgica, jornais sem referência no Google:
Em 2006, vários jornais belgas apresentaram queixas contra o Google, acusando seu serviço "Google Actualités" de reproduzir seus artigos sem pagar direitos autorais.
[SAIBAMAIS]Os jornais ganharam o processo e a corte de apelações confirmou em 2011 a condenação do Google, impondo à empresa a retirada dos artigos em questão. Em represália, o Google deixou de referenciar os sites dos jornais em questão, embora tenha revisado depois parcialmente sua decisão.
Atualmente, é impossível encontrar artigos dos jornais Le Soir e La Libre Belgique nas buscas por "atualidades", mas outros veículos francófonos pode ser acessados, como a rádio e televisão pública RTBF ou a RTL.be, que não são membros da Copiepresse.
- No Brasil, os membros da Associação Nacional de Jornais decidiram deixar o Google Notícias.
Em 2011, após uma tentativa frustrada de negociar com o Google uma retribuição pelo uso de seus conteúdos, a maioria dos jornais brasileiros decidiu sair do Google Notícias, a partir de uma recomendação da associação.
Este é o caso de três dos mais importantes jornais do país: Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e O Globo, que não são referenciados pelo Google.
Os jornais tentam valorizar desde então seus conteúdos graças a assinaturas.