postado em 20/11/2012 10:25
Don Tapscott é professor adjunto na Escola de Administração Rotman, na Universidade de Toronto, no Canadá. É autor de 14 livros. Entre eles, o A hora da geração digital e, o mais recente, Macrowikinomics: new solutions for a connected planet (ainda sem tradução para o Brasil). Tapscott também lidera uma investigação multimilionária sobre novos modelos de cooperação, governança e resolução de problemas globais. Em entrevista ao Correio, o autor falou sobre a geração conectada: uma juventude que tem entre 15 e 35 anos e, por crescer cercada pela tecnologia, desenvolveu um ;cérebro; diferente do das demais gerações. Contrariamente as críticas do senso comum, Tapscott acredita que essa geração não é desatenta, viciada na internet ou sem habilidades sociais, mas sim otimista, criativa e mente aberta, além de independente. Para ele, é o grupo de pessoas que representa a nova cultura do trabalho e a vanguarda da mudança para instituições que pararam no tempo.
Como o senhor descreve a geração conectada?
É a juventude de hoje. São pessoas que nasceram entre 1977 e 1997. Este ano, os mais velhos dessa geração completaram 35 anos e os mais jovens, 15. Adolescentes e jovens adultos que cresceram cercados por dispositivos digitais e pela mídia.
Quais as diferenças deles para as demais gerações?
A geração conectada é diferente de qualquer outra na história. São os primeiros a crescer mergulhados em bits. Consequentemente, seus cérebros são diferentes. A maneira como os jovens passam o tempo pela adolescência ; dos 8 aos 18 anos ; é o principal fator de mudanças no cérebro, pois é nessa época que ele é construído. Minha geração passou 24 horas por semana assistindo televisão, o que dá ao meu grupo de idade um certo tipo de cérebro. Se você passar o equivalente desse tempo com tecnologias, sendo o usuário, o organizador, o colaborador e o ator, isso fornece outro tipo de cérebro. Quando se olha em como a sociedade mudará no século 21, muitos focam nos efeitos da tecnologia digital, sobretudo da internet. Mas é a confluência dessas tecnologias com a juventude de hoje que dará forma as instituições da sociedade das próximas décadas.