Tecnologia

Movimento de saúde digital é o foco em feira de tecnologia americana

Empresas apostam cada vez mais em aplicativos destinados a combater doenças e contribuir para o avanço da medicina

Agência France-Presse
postado em 10/01/2013 16:16
Las Vegas - Empresas startups de tecnologia e também as grandes de vários segmentos apostam em aplicativos, games e dispositivos eletrônicos para ajudar no combate a doenças e contribuir para o avanço da Medicina.

A feira "Consumer Electronics Show" (CES) está repleta de novos gadgets para monitorar o fitness, detectar problemas ou encontrar soluções de saúde, num leque que pode variar entre obesidade, diabetes e outras condições de saúde.

Uma das tendências é a "gamificação" que se baseia na indústria de videogames para oferecer pontuações e prêmios a quem esbanjar saúde e reduzir custos.

Na maior feira de eletrônicos do mundo, a CES, em Las Vegas, a empresa americana UnitedHealthcare revelou um esforço conjunto com a japonesa Konami Digital Entertainment para reduzir a obesidade infantil através de um game de dança que desafia os adolescentes enquanto o brinquedo mede o índice de massa corporal e a taxa de queima calórica.

O programa alia a mecânica e a psicologia dos games para transformar em uma experiência mais cativante e intensa", destacou Arianne Hoyland, a produtora de games para grandes empresas de seguro.

Hoyland acrescentou ainda que a empresa oferece outras opções de programas, como aplicativos para celulares, e fornece recompensas a mulheres grávidas incentivando-as a fazer o pré-natal.

As mulheres recebem vales-presente e tomam o devido cuidado, "podemos custear as despesas e mantê-las mais saudáveis", argumentou a produtora.

"Descobrimos que a gamificação da saúde realmente funciona. As pessoas têm um impulso competitivo que pode ajudar a mobilizar as pessoas para uma causa. Elas querem obter reconhecimento e se sobressair", analisou James McQuivey, analista da empresa de pesquisa de mercado e consultoria Forrester Research.

James Fujimoto da ANT%2b Alliance -- companhia que reúne 350 firmas que utiliza dispositivos de baixa potência para aparelhos de fitness, alguns inclusive de vestir no corpo -- disse que a gamificação se tornou numa "grande iniciativa muito popular para treinamentos".

Outro exemplo da gamificiação vem do site americano HealthyWage.com, que realizou uma parceria com outras empresas para oferecer a um grupo o desafio de perder peso com uma recompensa de 10 mil dólares.

"Apenas neste último ano, observamos um crescimento em empresas, seguros de saúde e instituições escolares que oferecem programas de perda de peso que conseguem engajar e animar as pessoas e, por fim, alcançar uma boa saúde e cumprir com as metas dos programas fiscais", salientou David Roddenberry, diretor da HealthyWage.

Outras empresas estão descobrindo novos aplicativos de celular para melhorar o cuidado com a saúde.

A gigante do software SAP desenvolveu um aplicativo chamado "Care Circles" que permite que um familiar monitore a saúde de uma pessoa em parceria com médicos.

O programa ainda não começou a ser comercializado para o grande público, mas já está disponível gratuitamente. Ele foi desenvolvido por um funcionário da SAP para coordenar junto com especialistas o tratamento de uma criança com uma rara condição médica.

"Tem a ver com privacidade porque é controlado pelo responsável ou pela própria pessoa", disse Rishi Diwan, gerente de produtos na SAP, que apresentou o aplicativo para visitantes da CES.

Diwan contou que o aplicativo pode ajudar pessoas com necessidades especiais e que a companhia está trabalhando com a Associação de Alzheimer e com a Fundação de Câncer de Mama para promover a plataforma.

Outros expositores na CES exibiam fitas para exercitar os braços ou outros dispositivos para monitorar batimentos cardíacos e o nível de açúcar no sangue para pessoas com diabetes.



Um outro expositor mostrou ainda um garfo digital que monitora a ingestão de calorias e vibra se o indivíduo come muito e muito rápido.

Alguns aparelhos usam Bluetooth de baixa potência para transmitir dados para o smartphone, uma dádiva para Bastian Hauck, marinheiro diabético do tipo 1 que esteve na feira de eletrônicos para promover a associação americana Continua Health Alliance.

Hauck disse à AFP que o pequeno Bluetooth que usa no corpo transmite para um smartphone e permite que ele monitore o seu nível de glicose em tempo real e que contribua com a sua ingestão de alimentos e aplicação de insulina.

O tratamento da diabetes, segundo Hauck, é um "jogo de adivinhação" e deve ser feito 24 horas por dia.

O aplicativo sem fio "facilita" o acompanhamento da diabetes e dá uma motivação extra por fazer parte de uma comunidade que combate esta doença.

O quarterback da NFL (liga de futebol americana), Matt Hasselbeck, mostrou na CES um novo protetor de cabeça desenvolvido pela empresa MC10 que encaixa dentro do capacete de um jogador de futebol ou outro atleta e mede o impacto da colisão, num esforço para lidar melhor com contusões e ferimentos.

"Na NFL, o jogador leva muita pancada na cabeça", comentou o atleta acrescentando que esta é uma grande preocupação para profissionais quanto para esportes como para amadores.

"Não previne uma contusão, mas serve como um par de olhos para o atleta. Nossa esperança é que possamos mudar essa cultura", acrescentou Hasselbeck.

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