Marcela Ulhoa
postado em 21/01/2013 08:00
Muitas vezes, o videoclipe de uma música causa muito mais furor e expectativa entre os fãs de uma banda do que a própria canção. É difícil dizer ao certo qual foi o primeiro clipe da história, mas desde que conquistou espaço nos anos 1960 até os dias de hoje, a linguagem audiovisual passou por uma verdadeira revolução tecnológica. De mera ilustração da música ; em que as imagens mostravam tão somente a performance da banda ; os videoclipes passaram a elaboradas ficções visuais, em que a canção torna-se praticamente um pano de fundo. São filmagens em 360 graus, cenários, explosões, narrativas, efeitos e edições de tirar o fôlego. Entretanto, apesar dos avanços tecnológicos da indústria, muitas bandas contemporâneas ; famosas ou não ; têm optado por soluções mais simples. Um vídeo mais limpo, com planos menos fragmentados e uma alma retrô. É o que aponta um estudo realizado na Universidade do País Basco, na Espanha.;A cada dia, há algo novo no campo da tecnologia, mas, no fim, o que importa é o conteúdo;, reforça a pesquisadora Arantza Lauzirika. Segundo ela, a motivação para o estudo surgiu em sala de aula. Professora de arte e tecnologia na Faculdade de Belas Artes da instituição basca, Lauzirika explica que há um mito entre seus alunos de que as melhores câmeras e as melhores técnicas de edição são necessárias para realizar um bom vídeo. Na tentativa de quebrar esse paradigma, ela passou a pesquisar clipes de diversos países e constatou que havia produções muito ;poderosas; realizadas com poucos recursos. Várias abusavam de imagens mais lentas e demandavam muito menos investimento financeiro do que as onerosas produções encontradas comumente nos anos 1980.
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