Belo Horizonte - O sistema ferroviário brasileiro ficou por muitas décadas esquecido. Espalhados por vários estados, em meio ao mato e ao lixo acumulado com o tempo, estão quilômetros de trilhos abandonados. No entanto, a retomada desse transporte está a todo vapor, movimentando empresários e pesquisadores. A promessa feita no ano passado pelo governo federal, de que em cinco anos serão gastos mais de R$ 50 bilhões para recuperar linhas já existentes e construir novos trechos, reacendeu a expectativa de empresas ligadas ao setor e trouxe à tona a necessidade de incorporar tecnologia de ponta no modal ferroviário. Em busca de avanços para garantir maior segurança e economia no transporte de cargas, estudantes do curso de engenharia de controle e automação da PUC Minas estudam formas de monitorar trens. A pesquisa Condução autônoma de locomotivas reflete bem as demandas por inovações no modelo ferroviário, procurando formas de usar sistemas via satélite para acompanhar cada metro dos trilhos brasileiros.
Ainda que os custos do transporte ferroviário sejam menores em relação ao transporte rodoviário e que o número de acidentes tenha caído quase 80% nos últimos 10 anos ; segundo o último relatório da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o índice médio de acidentes registrados em 2010 a cada milhão de quilômetros percorridos por locomotivas em território nacional foi de 16,1, contra 75,5 registrados em 1997 ;, a busca por estratégias para aprimorar esse tipo de condução se torna cada vez maior entre empresas exportadoras. A ferramenta estudada pelos engenheiros mineiros pretende criar uma forma de otimizar o acompanhamento dos trens e evitar que falhas humanas tenham grande impacto no trajeto.