Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Geração Y têm potencial para promover grandes transformações sociais

Eles são capazes de organizar manifestações pela internet, mas desconsideram atitudes básicas da vida adulta, como cumprir regras no trabalho

O comportamento por vezes despretensioso faz com que a geração Y seja caracterizada por meio de estereótipos nada positivos. Considerados individualistas, descompromissados e ansiosos, os nascidos entre o início de 1980 e o fim de 1990 têm a inovação como símbolo. Com efeitos nem sempre entendidos ou admirados pelos mais velhos. Por isso, entender a influência das novas tecnologias em atitudes individuais e em situações coletivas é fundamental para a boa convivência.



É o caso das mobilizações virtuais. ;Os jovens estão ignorando a representação política, cortando o caminho e fazendo eles mesmos o que precisam. Pessoas que não se conhecem podem se unir em torno de uma ideia que, por meio da internet, tem a possibilidade de ganhar adesão;, explica Melissa de Miranda, autora do livro Geração Y ; No limite do tédio.

Pouca prática

Conhecedores a fundo dos recursos tecnológicos, a geração Y ainda precisa entender melhor os mecanismos que envolvem as questões sociais. Muitas vezes, a força das manifestações nas redes sociais é muito grande, mas sem efeito prático. ;O que a gente acaba vendo é muita manifestação virtual ; fora isso e fora aquilo ; e pouca mobilização real. O jovem ainda precisa entender melhor o que é a manifestação política e fazer dela algo efetivo;, acrescenta Sidnei de Oliveira, consultor e especialista em gerações X e Y.


Alan Renner, de 25 anos, formou-se em direito pela Universidade Federal de Londrina (UEL) e veio para Brasília em 2011 com o objetivo de ingressar no Instituto Rio Branco. Com o tempo, foi amadurecendo seu posicionamento político e analisando mais a fundo os efeitos das redes sociais. ;Eu já fui mais engajado quando estava na faculdade, mas acomodei um pouco agora;, explica. Alan acha a internet interessante como um lugar de organização social, mas tem ressalvas com relação a essa prática. ;O que acho ruim é que fico com a impressão de que as pessoas entram no Facebook e compartilham a imagem de um protesto ou assinam uma petição on-line e sentem como se tivessem cumprido seu dever;, ressalta o paranaense.