Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Facebook reformula política sobre conteúdo 'de ódio' e misógino

Na terça-feira (28/5), o Facebook tinha anunciado a atualização de suas políticas e diretrizes no relacionado com conteúdo "nocivo e de incitação ao ódio"



"Nos últimos dias ficou claro que nosso sistema falhou em detectar e eliminar o discurso de incitação ao ódio e que não funcionou de forma tão efetiva quanto gostaríamos, particularmente em relação ao ódio baseado no gênero", afirmou o comunicado publicado por Levine na terça-feira.

Entre a liberdade de expressão e a incitação à violência


O Facebook anunciou as mudanças uma semana após o início de uma campanha organizada pela ONG Women, Action and The Media, que acusa a rede social de "ter permitido durante muito tempo conteúdos que apoiam a violência contra as mulheres".

"Afirmam que estas páginas entram na categoria ;humorística; de suas políticas ou diretrizes ou que são mostras de ;liberdade de expressão;", afirmou o grupo em sua campanha

Depois do anúncio do Facebook na terça-feira, a organização interrompeu sua campanha. "Estamos alcançando um ponto de inflexão internacional em atitudes de estupro e violência contra as mulheres", afirmou Jaclyn Friedman, diretora-executiva do grupo.

"Esperamos que este esforço seja considerado um testemunho do poder das ações coletivas", completou. A maioria dos comentários, senão todos, que suscitaram o protesto dos grupos de mulheres foram eliminados, afirmou Sandberg.

"Tem um montão de coisas que ainda estão (lá) porque não são de ódio e não incitam a violência, são apenas de mau gosto e inapropriadas, coisas horríveis que não apoiamos", disse Sandberg. "Estamos revisando tudo e dizendo, ;se você quer deixar isto publicado, ponha seu nome abaixo;", continuou.

Sandberg afirmou que, seguindo este procedimento, um "percentual enorme" daqueles que escreveram os comentários decidiram retirá-los ao invés de se identificar ou atribuí-los a si próprios. "Este é um passo muito importante", disse Sandberg, autora de um livro publicado recentemente, "Lean In", sobre as dificuldades das mulheres para avançar na carreira.