Thiago Moreira
postado em 18/06/2013 11:18
Quando você se lembra da palavra hacker, qual a primeira associação involuntária que você faz? Criminoso, com certeza, foi uma delas. Originalmente associado a entusiastas de tecnologia, com o tempo, o termo foi ganhando uma conotação negativa entre os mais leigos no assunto. Essa comparação rendeu um texto publicado na revista norte-americana Phrack, em 1986. O artigo, uma ácida reflexão sobre o comportamento desses ativistas, desmistifica o hacker, retratando-o como uma pessoa curiosa, interessada em observar o mundo e os aparatos tecnológicos que o cercam de outra forma. É esse espírito de inquietude que serve como mola propulsora para a criação de diversos coletivos espalhados ao redor do mundo, que reúnem os mais variados tipos de pessoas.
Esses são os hackerspaces, grupos voltados para promover o compartilhamento do conhecimento, e a realização de diversas experiências e atividades, não estando restrito apenas a uma ou outra área. ;Em um hackerspace, se discute desde eletrônica e programação até assuntos inusitados, como música e culinária;, esclarece o estudante de ciência da computação Renato Oliveira, 25 anos.
Em muitos contextos, o hackerspace surge como uma alternativa, uma válvula de escape para quem deseja produzir e se aventurar com ferros de solda, componentes e microchips e até mesmo com objetos do cotidiano como vassouras, roupas e outros. Os resultados são os mais variados e extraordinários possíveis, por exemplo modelos de impressoras 3D de baixo custo. Além do espaço para criação, ações coletivas com a população são realizadas, como mutirões para recolhimento de materiais eletrônicos descartados e aulas de programação.