postado em 13/08/2013 09:33
As câmeras de vídeo amadoras deixaram de ser aquele trambolho ; algumas precisavam ser apoiadas no ombro de tão pesadas ; e fazem parte da maioria dos smartphones que estão no mercado. Isso popularizou a ação de gravar o que ocorre ao redor, seja como forma de lembrar um determinado momento, seja para eternizar uma situação cômica. E todo mundo gosta. As empresas oferecem várias opções de aplicativos para sair filmando, no entanto, os que estão chamando mais a atenção são aqueles que fazem cenas curtas, de no máximo 16 segundos. Entre os apps mais utilizados para isso, está o Vine. Em janeiro deste ano, o Twitter lançou o aplicativo que permite a criação e o compartilhamento de vídeos de no máximo 6,5 segundos. A novidade foi bem recebida e, em dois meses, já era o popular da categoria. Ele não possui filtros e as imagens devem ser gravadas no momento do envio. Inicialmente, atendia apenas aos usuários do iOS, mas já está disponível para Android e, em breve, para o Windows Phone. Tudo isso ajuda a contabilizar mais de 13 milhões de usuários em todo o mundo.
Ao perceber esse sucesso, o Instagram foi atrás. Em junho, a empresa disponibilizou um novo recurso que fez com que o uso do Vine diminuísse bastante: a criação, a edição e o compartilhamento de gravações de até 15 segundos. Segundo o site Topsy, após uma semana, já haviam 50% mais links da rede de fotos de Zuckerberg do que os compartilhados pelo programa de vídeos do Twitter.
E tem quem aproveite dessa onda para fazer sucesso. O estudante de direito João Pedro Coutinho, 22 anos, dono do perfil Receitas em 15 segundos (@receitasem15s), já possui mais de 1,5 mil seguidores no Instagram, número alcançado em um mês. Por meio do aplicativo, ele ensina a fazer receitas completas, utilizando o tempo, limite. ;Escolhi esse programa, porque sou ativo nele há um longo tempo. Já postava fotos relacionadas a comidas e sempre me incentivavam a fazer algo maior. Com a atualização, acabei aproveitando. Muitas vezes, uma imagem não consegue representar um momento e gravações longas não atraem;, explica.
Para o professor de audiovisual da Universidade Católica de Brasília (UCB), Alex Vidigal, há um retorno do caminho natural. ;Assim como quando foram feitas as primeiras filmagens da história da humanidade, havia todo o deslumbre com a novidade e queria mostrar fatos cotidianos. Com a chegada das câmeras e da internet nos celulares, o acesso a tudo isso foi facilitado;, explica. Segundo Vidigal, esse momento pelo qual passamos é o que dita o investimento das empresas. ;Elas querem entrar na nossa intimidade, todos querem seus 15 minutos de fama, por isso, mais inovações são bem-aceitas pelo público;, afirma.
Outros apps
Somente neste ano, o Mobli, criado em 2010 e que permite compartilhamento de fotos e vídeos sem limite, está começando a ascender. Ele possui versões para iOS, Android e Windows Phone e oferece opção de edição de imagens, além de importar conteúdo do Instagram. Há ainda o envio de mensagens para outras pessoas, como em um modo chat.
O sucesso do aplicativo tem sido impulsionado pelas celebridades, como Leonardo DiCaprio, que é investidor da startup, e Paris Hilton. O Mobli chegou ao Brasil neste ano e tem feito campanha com artistas nacionais ; Michel Teló e Sabrina Sato, por exemplo ;, o que aumentou a adesão. Todos os dias, segundo a empresa, cerca de 10 mil pessoas em todo o mundo fazem o cadastro, sendo que já há cerca de 9 milhões de usuários.
O Mobli não esconde a rivalidade contra a famosa rede do segmento, o Instagram. Há uma campanha denominada My last Instagram, em que a pretensão é colocar fim ao app. O usuário deve postar uma foto original com a hashtag e, dessa forma, a imagem mais criativa receberá um prêmio no valor de US$ 100 mil. No site da campanha, há um trecho que diz: ;Diga adeus ao Instagram, seus filtros sem graça, fotos cortadas (fique longe por pelo menos três meses e você não vai sentir falta... Nós prometemos);. Além disso, foi anunciado recentemente que, para se distanciar do grande inimigo, será adicionado um recurso de transmissão de vídeo em tempo real.
Ainda na lista de alternativas, está o Snapchat. A grande sacada do aplicativo de fotos e vídeos é destruir o conteúdo em 10 segundos. O app ficou famoso após o caso do deputado americano Anthony Weiner, que teve fotos íntimas vazadas na internet após enviá-las para uma mulher por meio do Twitter. Se o parlamentar tivesse usado o programa, as imagens teriam sido descartadas após a pessoa visualizá-la.
O Viddy, lançado em 2011, ainda é pouco conhecido entre os brasileiros, mas já possui cerca de 26 milhões de usuários em todo o mundo. Ele permite a criação de vídeos, uso de filtros e o compartilhamento no Twitter e no Facebook. Com a adesão de várias celebridades, como Shakira, Justin Bieber, Britney Spears, Jay-Z e Rihanna, o app atraiu milhares de seguidores. Até o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, possui um perfil no aplicativo.
Para Alex Vidigal, num futuro próximo, os usuários se adaptarão melhor a essas novidades. ;Acredito que a maioria das pessoas irão direcionar todo esse conteúdo e saber aproveitar as oportunidades para divulgação na internet de forma mais frequente;, avalia.
Novo na área
O MixBit, criado pelos fundadores do YouTube, Chad Hurley e Steve Chen, permite a gravação de vídeos de até 16 segundos, mas que quando postados em conjunto formam um maior, de até 68 minutos. O conteúdo pode ser compartilhado no Twitter, no Facebook, no Google Plus e na própria rede do aplicativo, onde não é possível comentar. Uma das características do software é a possibilidade da união de clipes de qualquer postagem feita por outras pessoas. O usuário pode ainda mudar a ordem das imagens e modificar o filme. Por enquanto, o aplicativo está disponível apenas para iOS, mas já está em desenvolvimento para Android.