A primeira dimensão é a fundamental, e não tem nada mais do que o comprimento. Como uma linha, ela se estende, mas não parece ocupar espaço. Já na segunda, o desenho ganha largura e pode assumir formas geométricas ou indefinidas, como uma ilustração feita em uma folha de papel. A realidade só ganha corpo na terceira dimensão, em que a profundidade cria a percepção de volume e espaço. Uma sensação que o cinema tenta imitar, mas que só existe em objetos sólidos. A progressão parece acabar por aí, mas há quem consiga visualizar a quarta dimensão, uma dinâmica conflituosa que muitos preferem resumir em uma definição simples: o tempo.
Referir-se à representação do tempo em um objeto sólido pode parecer algo muito estranho, mas ainda assim é a explicação perfeita para uma linha de pesquisa desenvolvida em universidades norte-americanas no último ano. A impressão 4D, como é chamada a técnica, leva a prototipagem tridimensional a um outro patamar, com o uso de materiais inteligentes. A ideia é produzir objetos que continuam se construindo com o tempo, assumindo formas diferentes daquelas que têm quando saem da impressora 3D.
Camada a camada
As apresentações de Tibbits atraíram pesquisadores de todas as áreas, que se apressaram em materializar o sonho das impressões 4D. O primeiro resultado foi publicado recentemente por especialistas da Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos. O grupo de engenheiros testou a ideia e mostrou que é possível combinar polímeros com ;memória; e materiais comuns para imprimir objetos que mudam de forma depois de prontos.
O professor de engenharia Jerry Qi explica que, até alguns anos atrás, era impossível programar na fase de design o comportamento que o material teria depois de impresso. Mas a impressora 3D permitiu a composição de materiais camada a camada, de forma que a estrutura do objeto pode ser manipulada em detalhes. ;Para uma tira mudar de uma linha reta para uma curva, não se pode usar uma fibra longa. É necessário colocar fibras curtas em locais específicos, e isso é quase impossível de se fazer à mão;, explica o autor do trabalho.
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