Roberta Machado
postado em 25/11/2013 09:44
;Algumas vezes tenho medo de ficar doente como minha mãe;, diz um garoto de rosto triste. O cenário é um quarto marcado pela pobreza, em que um menino menor aparece sentado ao fundo, sobre um colchão no chão. ;Quem cuidaria do meu irmão mais novo? Mas acho que tudo ficará bem. Hoje, o Unicef Suécia tem 177 mil likes no Facebook;, completa a criança. A mensagem faz parte de uma campanha lançada em março passado no país europeu pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância. O objetivo era motivar as pessoas a não limitarem sua participação a uma simples curtida na mais popular das redes sociais on-line. No entanto, o comercial também conseguiu levantar uma questão que começa a atrair a atenção de especialistas: o apoio a causas pela internet motiva ações no mundo real?
Segundo uma pesquisa da Universidade de British Columbia, no Canadá, esse tipo de manifestação on-line pode ter, na verdade, um efeito inverso. Segundo o estudo, a sensação de dever cumprido provocada pelo clique no botão ;curtir; estimula as pessoas a deixarem de lado ações mais significativas, como doar dinheiro a instituições ou se engajar de fato em um trabalho voluntário.
O objetivo dos cientistas era investigar um fenômeno que ainda gera controvérsias entre estudiosos, conhecido como slacktivism. O termo em inglês, surgido em 1995, é formado pelas palavras slack (preguiçoso, negligente) e activism (ativismo). Na época, a expressão se referia às atividades feitas por jovens na internet para afetar a sociedade de forma progressiva. Atualmente, porém, é usada para definir atos de apoio que têm como único resultado real a satisfação pessoal de quem constrói uma falsa imagem de engajamento sem fazer muito esforço.
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