Agência France-Presse
postado em 08/01/2014 20:40
Las Vegas - Os robôs vieram para ficar.... E ajudar a limpar janelas, a ensinar as crianças, a entreter ou simplesmente acompanhar pessoas idosas.Celebrado em Las Vegas, o Salão Internacional de Eletrônica de Consumo (CES, na sigla em inglês), que termina no sábado (10/1), mostra o grande avanço da robótica nos mais variados setores.
Bo e Yana, por exemplo, são dos pequenos robôs que cabem na palma da mão e ensinam as crianças a linguagem de programação.
"Tudo é sobre diversão programável", explicou Vikas Gupta, fundador da Play-i, empresa da Califórnia que desenhou estes brinquedos.
A dupla pode brincar ou até brigar entre si. "Queremos que as crianças aprendam sobre programação e não se incomodem com uma sobrecarga cognitiva", afirmou Gupta.
Os robôs foram desenhados para ser usados por crianças a partir dos cinco anos, explicou o executivo do Google e da Amazon.
Mas a robótica apresentada na feira também incursiona em aparelhos que ajudam a limpar a pia da cozinha ou o fogão e outros que servem simplesmente para acompanhar os idosos.
Também chamam atenção os robôs chamados de telepresença, que incluem os "Double Robotics", que podem ser vistos em séries de televisão como a NCIS Los Angeles.
O "Double Robotics" usa um iPad acoplado a um suporte com rodas que permite que o rosto do usuário apareça na tela e "circule" pelo escritório mesmo se estiver trabalhando à distância.
O mercado mundial da robótica de consumo movimentou US$ 1,6 bilhão de dólares em 2012, dominado peços setores de trabalhos e entretenimento, informou a ABI Research, que prevê um aumento para US$ 6,5 bilhões em 2017, graças ao auge dos setores de segurança e telepresença.
O analista de ABI Philip Solis explicou que a robótica ainda cresce mais lentamente do que setores como o de tablets e smartphones, e ainda é dominada por robôs que executam uma única tafefa.
Mas uma das principais notícias do setor, ressaltou, é a aquisição pela gigante Google de várias empresas de robótica, o que poderia ajudar a impulsionar a inteligência artificial necessária para robôs multitarefas.
Outra apresentação chamativa em Las Vegas ocorreu por conta da empresa japonesa AIST com seu robô Paro, projetado para se parecer a um bebê foca e estimular a terapia com animais em pessoas hospitalizadas ou que estão em centros de saúde onde os animais são proibidos.
Paro tem cinco sensores (táctil, de luz, sonoro, de temperatura e posição) que o ajudam a responder quando acariciado ou chamado pelo nome.
A francesa Keecker, por sua vez, apresentou um robô capaz de projetar vídeos e outros conteúdos de um smartphone ou tablet em uma parede ou no teto.
Isto significa que "é possível desfrutar a vida sem estar preso a uma televisão", disse Pierre Lebeau, fundador e diretor de Keecker.
O dispositivo funciona com o sistema operacional Android.
"Você pode colocar as crianças para dormir enquanto estas olham para a Via Láctea e permitir que acordem com um belo céu azul", disse, destacando: "Ajuda as pessoas a sonhar".
Um dos robôs que mais chamam a atenção do público é o humanoide Robo-Thespian, do grupo britânico Engineered Arts, que gesticula com as mãos e discursa com sotaque britânico.
O robô dispõe de propulsores pneumáticos, "pelo que seus movimentos são mais fluidos", explicou o engenheiro Morgan Roe. "Tentamos evitar que tenha uma aparência robótica", prosseguiu.
O robô pode ser utilizado em museus e exposições, onde pode fazer um monólogo e dirigir-se ao público. No entanto, por enquanto não consegue interagir como os assistentes pessoais Siri, da Apple, ou Google Now fazem.
"Estamos trabalhando nisso", disse Roe.