Paulo César Luz, 43 anos, vive na escuridão desde os 9, quando uma queda provocou danos nos nervos óticos de seu cérebro. Mas o servidor público, que tem apenas 10% de visão no olho esquerdo e 2% no direito, leva uma vida normal. Na era dos tablets e dos smartphones, ele consegue ler livros e jornais, trocar e-mails e usar aplicativos como qualquer outra pessoa. Os ;olhos; de Paulo são os softwares de tradução de voz, presentes nos aparelhos. ;Com o celular, a gente vê o mundo;, diz.
Ainda assim, as dificuldades pelas quais ele e outros brasileiros com algum tipo deficiência passam são enormes. A principal, segundo o técnico da Secretaria de Saúde do DF, é a mobilidade urbana. O problema não é seu senso de orientação, mas a falta de recursos tecnológicos que permitam circular pela cidade. ;Para pegar um ônibus, dependemos dos outros. Se não tiver ninguém na parada, fico a ver navios;, relata Paulo. Isso sem contar as vezes em que o colocam na linha errada.
Uma adversidade que poderia ser facilmente resolvida por pelo menos duas soluções diferentes e que já existem no mercado: o aplicativo de celular Busalert, que avisa sobre a proximidade do ônibus correto, e um sistema de GPS pelo qual o cego informa em que parada está e qual coletivo precisa pegar. O motorista da rota é, então, alertado de que há um deficiente visual à sua espera. Experiências com esses equipamentos já existem em cidades de São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais.
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