postado em 26/03/2014 17:25
Hoje, qualquer anúncio de um novo jogo de tiro em primeira pessoa é visto com certa reticência. Isso porque durante os anos e, especificamente após Call of Duty: Modern warfare -- título que revolucionou o multiplayer do gênero na época --, o sucesso foi tão grande que muitas empresas decidiram seguir o mesmo caminho. O que, de certa forma, não gerou tantos frutos. Outros shooters, desde então, pareceram saturados. Nesse contexto, que pode ser visto com olhos mais otimistas devido à recente chegada de Titanfall, surgiu Plants Vs Zombies:garden warfare, um game sem muita pretensão, mas como uma boa opção para a fuga de jogos do tipo.
Rosas
Algo que impressiona no mais recente PvZ é o distante salto que a marca fez entre diferentes gêneros de jogos. De um tower defense peculiar (onde o objetivo é defender certo ponto distribuindo objetos fíxos no mapa para que o inimigo não alcance o lado oposto), de repente, o anúncio de que as plantas e os zumbis batalhariam em outros campos com armas em mãos pegou todos de surpresa. Em contrapartida, o carisma que Plants vs zombies sempre teve supera qualquer estranheza, e inclusive, é aproveitado para criar a unidade dos personagens que fazem parte do jogo.
Outra surpresa é o visual belíssimo do jogo. Existente devido ao desenvolvimento no motor gráfico Frostbite 3 (antes usado exclusivamente em Battlefield 4), as simpáticas plantas e os bizarros e carismáticos zumbis parecem ter vida. Não há estranheza alguma, e o design dos personagens ficam no limiar entre os traços originais do jogo mobile e uma identidade visual própria criada para o ambiente tridimensional. Os cenários também são belos e causam admiração pelo tamanho, o que permite diversidade de mesma dimensão para as táticas dos jogadores.
Com os bons efeitos sonoros de plantas nascendo, pipocas-granadas estourando e um toque de sino (como se fosse o início de uma luta de boxe) quando você mata o inimigo, o game mais recente da PopCap ajuda a criar uma característica cartunesca, o que cai como uma luva para a proposta inocente que envolve e encanta em PvZ.
Apesar de não ter rosas em Plants Vs zombies:garden warfare -- pelo menos por enquanto -- alguns elementos conseguem fazer o agrado. A bonificação no game é feita em moedas, que são usadas para comprar pacotes de figurinhas que vão dos mais baratos e comuns aos mais raros e caros. Esses pacotes oferecem itens de personalização dos personagens (como uma tatuagem de cara de palhaço para o seu cacto ou óculos de sol para ninguém melhor que a Girassol) até personagens especiais, como plantas com habilidades de gelo, fogo e outros elementos que fornecem mais danos ao inimigo.
É uma ótima forma para manter o jogador por mais tempo na jogatina, apesar de depois de algum tempo, não ser o suficiente para ofuscar a repetição das partidas que, convenhamos, é presente em todo e qualquer shooter. O maior desafio das desenvolvedoras, nesse caso, é empolgar o jogador a cada uma delas -- como acontece perfeitamente em Titanfall.
Ervas daninhas
Garden warfare requer conexão com a internet o tempo todo, e esse é um dos poucos pontos que desapontam no game. Esse problema é estendido pela falta de servidores brasileiros para jogadores daqui, o que acarreta em várias partidas com muitos travamentos e acaba prejudicando a experiência -- chegando, às vezes, a ser muito irritante.
Mesmo que parte importante para a caracterização e diferenciação dos personagens, a mecânica de movimento de algumas classes específicas das plantas e dos zumbis (salvo aqueles que têm habilidades para o aumento de velocidade) parece ser arrastada demais, o que, em certas ocasiões, prejudica a dinâmica da partida.
Comparações deixadas de lado, Plants Vs Zombies: garden warfare é uma excelente migração de gêneros da franquia para os consoles. É divertido, amistoso, simpático, e o carisma só não é completo por alguns problemas técnicos. Dentro da personalidade já querida pelos fãs e até mesmo neófitos em Plants Vs Zombies, a principal erva daninha são as limitações que apresenta como jogo de tiro.
FICHA TÉCNICA
Desenvolvimento: PopCap
Publicação: Electronic Arts
Classificação: Não recomendado para menores de 10 anos
Plataforma: Xbox 360, Xbox One, PC
Preço: R$ 130
AVALIAÇÃO
Gráficos: 2,5
Jogabilidade: 2
Sons: 2,5
Entretenimento: 1,5
Total: 8,5
Com informações de Álvaro Viana