Isabela de Oliveira
postado em 31/03/2014 06:00
Nem o arqueólogo da ficção Indiana Jones, que contava com os efeitos especiais de Hollywood a seu favor, imaginou que um dia seria possível descobrir valiosas antiguidades sem remover sequer uma pá de terra. Mas é isso mesmo que os exploradores de carne e osso do presente já conseguem fazer. Munidos de radares, sensores especiais e escâneres, cientistas revelam a posição, o formato e o tamanho de estruturas soterradas pelo tempo sem precisar chegar fisicamente até elas. Além de facilitar os estudos, a tecnologia evita escavações desnecessárias, o que também representa um ganho ambiental.
O exemplo mais significativo desse tipo de trabalho é o desenvolvido por uma equipe de arqueólogos, geofísicos e especialistas em informática do Instituto Ludwig Boltzmann de Prospecção Arqueológica e Arqueologia Virtual (LBI-ArchPro), na Áustria. Comprovando a utilidade do método não invasivo ; que usa técnicas como espectroscopia de imagens, indução eletromagnética e radar de penetração no solo (veja arte) ;, a equipe já conseguiu identificar e até mesmo montar detalhados moldes em três dimensões de construções antigas escondidas sob o solo.
Essa equipe é responsável pela descoberta de uma escola de gladiadores (ludus, em latim) que permanecia soterrada no sítio arqueológico Roman Carnuntum, um dos complexos originais do Império Romano mais bem preservados da Europa, localizado a 20km de Viena (Áustria). Os cientistas suspeitavam de que havia alguma edificação soterrada ao lado de um anfiteatro construído na primeira metade do século 2 e que já havia sido revelado por escavações feitas entre 1923 e 1930. Os indícios da escola apareceram primeiro em imagens aéreas, que revelaram alterações no solo semelhantes às formadas por antigas ruínas ainda escondidas.
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