postado em 15/04/2014 08:49
"Mãe, vem ver o que estão falando de mim aqui", disse Verônica*, 14 anos, ao abrir a página do Facebook. A menina tem deficit intelectual e, devido à condição, está quatro anos atrasada na escola. Por conta disso, alguns colegas começaram a povoar a rede social com comentários ofensivos, chamando-a de "burra", por exemplo. Ela faz parte dos 15% de adolescentes e jovens, entre 10 e 23 anos, que já sofreram com comportamentos maldosos ou cruéis na internet, conhecidos como cyberbullying.Para a mãe de Verônica, Clarice**, 43, o caso aconteceu, principalmente, pela ausência dos pais na vida virtual dos filhos. "Acredito que esse tipo de atitude não seria tão comum se eles observassem o que os meninos postam, curtem, compartilham e comentam por aí", argumenta.
Um dado da pesquisa Os riscos na vida digital: filhos superconectados x pais ausentes, encomendada pela empresa de segurança da informação McAfee, embasa a teoria de Clarice: no Brasil, 75% dos pais admitem não ter tempo para acompanhar o que os filhos fazem na internet.
E esse não é o único número que chama a atenção. Entre os entrevistados (pais de 28 a 65 anos), 30% disseram que os filhos conhecem mais de tecnologia do que eles, e isso também é um obstáculo na hora de tentar acompanhá-los quando estão conectados ; o que é quase o tempo todo.
Apesar de muitas situações não terem desdobramentos complicados, como o de Verônica, os especialistas entrevistados pelo Informática acreditam ser importante os pais ficarem de olho, sem, no entanto, causar constrangimento aos adolescentes. Confira as dicas nesta edição.
* Nome fictício em respeito às normas do ECA
**Nome fictício a pedido do personagem