Tecnologia

Google Glass começa a ser testado como suporte em consultórios e cirurgias

Os óculos inteligentes já são testados como suporte em atendimentos e cirurgias. Com eles, médicos podem consultar a ficha do paciente e até enviar fotos para ouvir a opinião de outros especialistas durante uma cirurgia. Há, contudo, problemas, como a ameaça à privacidade

Roberta Machado
postado em 05/05/2014 06:00
O uso do aparelho em hospitais divide opiniões: alguns temem que ele seja fonte de distração para os médicos
Faz um ano que o Google liberou a venda da edição Explorer do Google Glass para um número restrito de pessoas, e o lançamento oficial do produto no mercado continua sendo aguardado. Entre os que já colocaram as mãos no gadget, um grupo especial tem planos bastante ambiciosos para o equipamento: são médicos que pretendem levar o acessório para dentro do consultório e da sala de cirurgia, onde farão pesquisas on-line, participarão de videoconferências, fotografarão e até mesmo registrarão relatórios inteiros sem precisar afastar as mãos e os olhos do paciente.

O uso dos óculos inteligentes por profissionais de saúde deixou de ser uma simples novidade há algum tempo e já é alvo de estudos que procuram descobrir até onde o sonho de um médico ciborgue pode de fato ajudar no trabalho em um hospital. O cirurgião norte-americano Oliver Muensterer adotou o equipamento por quatro semanas e registrou suas opiniões sobre a experiência em um artigo publicado recentemente no Journal of Surgery. No trabalho, o médico procura descobrir os pontos fortes e as fraquezas do dispositivo quando usado por um profissional comum, equipado somente com um Glass padrão e com um conhecimento médio de tecnologia.



Muensterer criou uma lista com os diagnósticos e os procedimentos mais comuns no hospital pediátrico universitário em que trabalha e atribuiu a esse recurso um comando verbal que o permitia consultar os termos usando somente a voz. ;Isso foi muito útil, eu procurava os códigos de diagnósticos usando o Glass sem ter de fazer uma ligação ou usar outro dispositivo em mãos;, conta. O aparelho também foi usado para fotografar algumas cirurgias e em uma conferência com pessoas que estavam na Alemanha.

A câmera se mostrou o recurso mais útil para o cirurgião, que a usou várias vezes para filmar e fotografar procedimentos. ;Acho que uma boa aplicação é para a educação. Se um estudante ou residente usa o Glass, o professor pode ver pelos olhos do estudante e ajudar nos procedimentos mais difíceis;, especula o especialista. No entanto, o esgotamento precoce da bateria e a falta de funções como flash e zoom foram fatores que deixaram a desejar. O profissional também achou incômodo ter de inclinar a cabeça para baixo toda vez que precisava registrar a cirurgia.

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