Tecnologia

Acesso mais rápido a sites poderá ser oferecido por algumas empresas

Governo americano irá debater a proposta que pode permitir a empresas oferecerem acesso mais rápido nos sites, desde que paguem para isso. Para especialistas, a medida pode acabar com a igualdade na internet e prejudicar o acesso dos brasileiros a conteúdos estrangeiros

Roberta Machado
postado em 26/05/2014 08:00
Neste mês, a Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos causou controvérsia ao iniciar a análise de uma proposta que tem o poder de dividir a internet entre quem pode e quem não pode pagar a mais por ela. O que está em pauta é a chamada neutralidade da rede, um princípio que obriga os provedores de acesso à internet a fornecer um serviço de qualidade semelhante a todos os usuários, independentemente de quem sejam ou da natureza do conteúdo transmitido. Se aprovada, a norma norte-americana pode abrir caminho para a criação das chamadas ;vias rápidas; da internet, com privilégios para grandes companhias e custos maiores para empresas e consumidores.

Assim que o conteúdo da proposta foi divulgado pela mídia, internautas e empresas divulgaram posição contrária à medida. No início do mês, um grupo de companhias chamou a atenção ao divulgar uma carta dirigida ao presidente da FCC, Tom Wheeler, e ao resto da delegação da comissão, pedindo por mais transparência nos serviços da web. ;Em vez de permitir a negociação individualizada e a discriminação, as regras da comissão deveriam proteger os usuários e as companhias da internet nas plataformas fixa e móvel contra o bloqueio, a discriminação e a priorização paga;, ressaltou o documento, assinado pela coalizão de mais de uma centena de empresas, entre elas a Microsoft, o Google e o Netflix.



Pela proposta, os provedores de internet poderão criar serviços diferenciados de conexão, permitindo que as empresas interessadas em obter dados mais velozes paguem mais por isso. A medida preocupa porque pode levar os provedores a baixar o padrão da internet para forçar a busca por pacotes mais caros, encarecer serviços já existentes de streaming como o Netflix e até mesmo favorecer certas empresas na escolha do consumidor. Se determinado site oferecer um acesso mais veloz ao seu conteúdo, ele terá a vantagem no mercado sobre empresas menores e produtores independentes.

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