Tecnologia

Pesquisadores utilizam calor para esculpir peças de polímero

Norte-americanos desenvolvem peças de polímero capazes de assumir formas predeterminadas depois de aquecidos

postado em 13/06/2014 06:00

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A ideia de que uma chapa lisa de plástico pode assumir uma forma tridimensional complexa a partir de, somente, uma mudança de temperatura, parece cena de filme. Se essa peça bruta tiver saído de uma impressora 3D, então, é com certeza ficção científica. Certo? Não ; pelo menos no que depender de um grupo de professores de engenharia elétrica e ciência da computação do MIT (Massachusetts Institute of Technology) coordenado pela professora Daniela Rus. Em um estudo apresentado este mês na Conferência Internacional de Automação e Robótica do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos americano, a pesquisadora e colegas conseguiram sintetizar um polímero que, quando aquecido até determinada temperatura, assume uma forma predefinida.

O que difere a pesquisa das outras que já foram feitas sobre os materiais com memória de forma é justamente a precisão que a equipe conseguiu. A peça produzida no MIT se dobra nos ângulos certos para se tornar a figura planejada à medida que a temperatura sobe (veja infografia). ;Nós temos que produzir as peças em camadas com densidades e características específicas. O objetivo é que cada parte reaja de determinada forma a partir do estímulo de calor e, com isso, assuma o aspecto predeterminado;, explica Rus. A pesquisadora compara o processo de impressão do material como a montagem de um bolo, cujas camadas também precisam ser cuidadosamente sobrepostas para que se atinja o objetivo. ;A diferença está no fato de que, com esse polímero, conseguimos encontrar a temperatura ideal para que ele se deforme como o esperado;, lembra.



O grupo conseguiu distribuir as propriedades do material usado como matéria-prima de forma que, na região das dobras, o polímero se comporte mais como um líquido do que como sólido. ;Quando a peça é aquecida até a temperatura certa, aqueles locais que deveriam ser arestas ficam menos rígidos e deformam-se;, esclarece a cientista. Esse estímulo é dado por somente frações de segundo e, quando a temperatura do objeto volta ao normal, as arestas formadas se resfriam e endurecem novamente. ;Nós temos o grande sonho de construir pequenas fábricas de utilidades, usando somente impressoras 3D e projetos que poderão ser comercializados pela internet. Você compra o material, coloca como se fosse a tinta da impressora, pega o projeto na internet e poderá construir o que quiser;, planeja Rus.

O uso da impressora 3D, inclusive, foi fator determinante para o sucesso do projeto. Essas máquinas constroem objetos a partir de camadas muito finas e detalhadas, o que é ideal para a diferença específica entre as densidades e as propriedades de cada uma das camadas. O processo, no entanto, só ocorreria uma vez.

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