Tecnologia

Pesquisadores dos EUA desenvolvem minitela de altíssima resolução

O pequeno display tem qualidade de imagem muito maior que a de monitores comercializados hoje. A expectativa é que o material seja usado em microscópios ultrapotentes e em equipamentos como e-readers e smartwatches

Roberta Machado
postado em 11/07/2014 08:24
Um novo tipo de tela desenvolvido nos Estados Unidos permite a fabricação de equipamentos microscópicos de alta resolução. O trabalho, descrito em um artigo publicado na edição desta semana da revista Nature, produziu um material que muda rapidamente de forma e permite a fabricação de um display com pixels mais de mil vezes menores do que os usados em televisores comuns. A tela, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, é mais fina que um fio de cabelo e poderá, com mais estudos, ser usada em eletrônicos flexíveis e semitransparentes.

O pequeno display tem qualidade de imagem muito maior que a de monitores comercializados hoje. A expectativa é que o material seja usado em microscópios ultrapotentes e em equipamentos como e-readers e smartwatches

O segredo dela está no seu centro, em que uma liga de germânio, antimônio e telúrio (GST) fica acomodada entre duas camadas de eletrodos transparentes. O material é um tipo de cristal usado como matéria-prima na fabricação de DVDs regraváveis e outras formas de memórias que registram dados em sua estrutura mutante. Quando submetida a certos estímulos, como altas temperaturas ou cargas elétricas, a liga muda para um estado amorfo, que ganha novas propriedades e pode mudar de cor, de acordo com a sua concentração.

Esta é a primeira vez que a matéria-prima é usada para produzir telas eletrônicas. ;Dependendo de como se aplica o pulso óptico ou elétrico, é possível determinar o estado no qual o material vai se transformar;, explica Harish Bhaskaran, pesquisador de Oxford e principal autor da pesquisa. ;De forma bastante simplista, é possível ;congelar; o material em um estado líquido solidificado, em que átomos ficam aleatoriamente posicionados, ou em um estado cristalino, com os átomos arranjados regularmente;, acrescenta.



A técnica foi testada em imagens tão pequenas que só poderiam ser vistas com a ajuda de um microscópio. As minúsculas telas criadas pelos pesquisadores são flexíveis e têm pixels separados por apenas 0,2 micrômetro. A distância, chamada de pitch, é usada para medir a resolução de uma imagem quando vista de perto: quanto menor a separação entre os pixels, melhor a qualidade da representação na tela. Em um monitor comercial de 24 polegadas, essa distância é de 250 micrômetros.

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