Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Inspirados na técnica japonesa do origami, cientistas criam robôs flexíveis

A técnica pode criar equipamentos mais fáceis de transportar e beneficiar a indústria de satélites



Engenheiros norte-americanos desenvolveram uma técnica de fabricação de robôs baseada na antiga arte japonesa do origami. Assim como as formas que nascem do papel, a máquina construída nos laboratórios de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) salta do mundo bidimensional para a terceira dimensão através de simples dobraduras. Esse salto, aliás, é bastante literal: é possível ver a placa de papelão pular enquanto dobra sozinha suas quatro pernas e, depois, sai rastejando como um inseto. O método, descrito na revista Science desta semana, pode simplificar os passos de fabricação de máquinas, além de permitir a criação de dispositivos que mudam de forma de acordo com a necessidade.

O projeto usa uma combinação de ligas com memória de forma que se contraem quando estimuladas. O material é usado nas dobraduras do robô, e eletrodos se encarregam de acionar a transformação, aquecendo as articulações. Depois que a máquina já está montada, o polímero esfria e as juntas endurecem novamente. O robô leva quatro minutos para assumir sua forma final e é capaz de fazer curvas e andar sozinho a uma velocidade de 5,4cm/s.



Os pesquisadores começaram a trabalhar na técnica há uma década, com estruturas pequenas demais para serem montadas a mão. “Aumentamos gradativamente a complexidade do que podemos fazer. Ao mesmo tempo, percebemos que a montagem por dobradura pode ser muito útil para criar robôs”, conta Rob Wood, professor da Universidade de Harvard e principal autor do trabalho. Há alguns meses, o grupo divulgou o conceito de robôs que ficam prontos depois de “cozidos” no calor. O aprimoramento do método permite que a máquina monte cada articulação por vez, a uma temperatura ambiente.





O novo projeto foi feito em um programa de criação de origamis desenvolvido no MIT e testado em certa de 40 protótipos impressos em uma máquina especial e recortados a laser. Depois, Wood e sua equipe adicionaram à placa de papelão e plástico dois motores, um par de baterias e um microcontrole. Além do trabalho manual usado na primeira fase de montagem, o robô usa a energia equivalente a uma pilha comum para completar o serviço e tomar forma por conta própria.

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