Tecnologia

Pesquisadores conseguem transformar o chumbo de carros em painéis solares

O problema é que a matéria-prima mais usada para a fabricação da perovskita %u2014 o chumbo %u2014 é considerada uma ameaça à natureza

postado em 08/09/2014 06:00
O problema é que a matéria-prima mais usada para a fabricação da perovskita %u2014 o chumbo %u2014 é considerada uma ameaça à naturezaPesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram um método de fabricação de células solares que usa como matéria-prima o chumbo extraído de baterias de carro usadas. A técnica é duplamente benéfica para a natureza, pois, além de evitar que o metal pesado acabe contaminando o solo, também representa uma solução de baixo custo para a geração de energia limpa.

A pesquisa, descrita na publicação especializada Energy and Environmental Science, baseia-se no uso de um material que promete revolucionar a pesquisa de energia: a perovskita. O cristal foi usado pela primeira vez para a fabricação de células solares, em 2012 e, desde então, passou por um rápido desenvolvimento. Em menos de dois anos, os dispositivos feitos a partir do material atingiram uma eficiência de 19%, um índice muito próximo ao das células comerciais feitas de silício.

Nenhuma outra tecnologia fotovoltaica teve um ganho tão grande de eficiência em tão pouco tempo ; o aproveitamento dessas células, que ainda não chegaram ao mercado, já superou até o do silício amorfo, um dos melhores tipos de painel no mercado. ;A perovskita virou a sensação do momento;, ressalta Ana Flavia Nogueira, professora do Laboratório de Nanotecnologia e Energia Solar (LNES) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). ;O que ela tem de interessante é a alta condutividade. Ela também tem altíssima absortividade de luz;, completa a professora.



O problema é que a matéria-prima mais usada para a fabricação da perovskita ; o chumbo ; é considerada uma ameaça à natureza. A extração e a manipulação do metal são tóxicas para o solo, animais e pessoas, sendo, portanto, uma das principais desvantagens do cristal supereficiente. Já existem grupos que estão testando a substituição do chumbo por outro metal, mas sem resultados conclusivos. ;É uma ciência que está começando, e há ainda mais dúvidas do que certezas. A pesquisa ainda está na parte básica, de entender o material e sua estabilidade;, ressalta Nogueira, que também trabalha com o material em pesquisas na Unicamp.

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