Tecnologia

Pesquisadores criam dispositivo que identifica tumores na mama sem o toque

O sensor é uma espécie de pele eletrônica ultrassensível que reproduz a imagem dos nódulos com mais nitidez

Correio Braziliense
postado em 26/09/2014 08:52 / atualizado em 28/09/2021 14:54

Pesquisadores da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, criaram um dispositivo que pode aposentar o tradicional exame de palpação da mama. Trata-se de uma espécie de pele eletrônica ultrassensível, capaz de identificar tumores pequenos e profundos no seio. Se for aprovado para uso clínico, o sensor ajudará a tornar mais precoce o diagnóstico do câncer de mama, o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. Só no Brasil, o mal deve ser detectado em 57.120 pessoas neste ano. Isso, aliás, foi o que motivou os cientistas.

O sensor é uma espécie de pele eletrônica ultrassensível que reproduz a imagem dos nódulos com mais nitidez
“Quando o caroço encontrado no seio tem tamanho inferior a 10mm, a chance de sobrevivência chega a ser maior do que 94%”, afirma Ravi F. Saraf, líder do estudo divulgado na Applied Materials & Interfaces (Materiais e Interfaces Aplicadas, em tradução livre), revista da Sociedade Americana de Química. Ainda de acordo com o pesquisador, as alternativas usadas para diagnosticar o câncer de mama têm falhas que podem ser corrigidas com o dispositivo proposto. “A mamografia mede a densidade não palpável, a rigidez do nódulo. Mas materiais com densidades semelhantes e dureza diferentes terão a mesma aparência no exame”, explica.

Saraf conta que fazer essa distinção é importante para determinar se o caroço é benigno ou maligno. No caso do exame de palpação tradicional, só há a detecção de nódulos quando eles têm pelo menos 21mm e se tornam perceptíveis ao toque. A pele eletrônica consegue, de acordo com os resultados do experimento, identificar caroços com menos da metade desse tamanho.



O pesquisador de Nebraska conta que a maior dificuldade durante a criação do dispositivo foi encontrar materiais com propriedades mecânicas que replicassem as características do tecido epitelial. “Não podia ter sensibilidade alta demais ou muito baixa para não alterar a qualidade da imagem reproduzida”, explica. Caso fosse muito sensível, o dispositivo ficaria saturado sob pressões muito baixas e não permitiria a leitura de estruturas mais profundas. Se fosse pouco, haveria a necessidade de uma pressão significativa para conseguir reproduzir a imagem, o que causaria desconforto às pacientes. “O mecanismo que desenvolvemos tem pressão semelhante ao toque típico utilizado por médicos no exame de palpação”, garante Saraf.

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