Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Pesquisadores norte-americanos criam bateria de lítio à prova de fogo

Um filtro feito com nanocamada de cobre avisa quando há risco de a fonte de energia entrar em curto-circuito e ficar superaquecida

O grafeno não está sozinho. O supermaterial feito de carbono e apontado como capaz de revolucionar o mundo dos eletrônicos serviu de inspiração para cientistas que resolveram copiar sua estrutura bidimensional e reproduzi-la com os mais diversos ingredientes. O silício, que é o principal componente para a fabricação de eletrônicos atualmente, foi a escolha óbvia para os pesquisadores criarem o que chamaram de siliceno. Logo que a ideia de repetir o sucesso do grafeno se mostrou possível, os engenheiros passaram a vasculhar a tabela periódica em busca de novas matérias-primas, criando materiais bidimensionais feitos também a partir do germânio, do fósforo e do estanho.



No entanto, o silício não se arranja naturalmente em grupos hexagonais. Até muito recentemente, alguns cientistas até mesmo duvidavam de que essa arquitetura fosse possível para o elemento. Mas pelo menos cinco grupos de pesquisa afirmam que conseguiram cultivar o siliceno, usando substratos de prata, desde 2010. Para chegar à forma perfeita, que dá aos materiais bidimensionais as suas propriedades ;milagrosas;, os engenheiros tiveram de desenvolver um complexo sistema de fabricação que exige a queima do silício para o depósito de suas moléculas sobre um outro elemento (substrato) que induz o arranjo em estruturas de seis ângulos (veja infografia).

Alta velocidade

Antes mesmo que o siliceno se provasse possível, pesquisadores propuseram, em 2009, o desenvolvimento do germaneno. Foram necessários cinco anos de pesquisa até que o método de fabricação fosse descrito, este ano, por dois estudos independentes, um europeu e outro chinês. No trabalho da equipe asiática, os cientistas mostraram como o material pode ser feito a partir de um molde de platina. No trabalho europeu, os pesquisadores descobriram que o ouro poderia também ser usado como substrato.