Vilhena Soares
postado em 15/12/2014 09:29
A insuficiência cardíaca é uma doença que afeta muito negativamente a qualidade de vida dos pacientes. Quando o mal está em um estágio mais avançado, mesmo tarefas cotidianas simples, como ir ao banheiro ou subir alguns degraus, tornam-se difíceis. Para auxiliar a vida de quem sofre com o problema, cientistas americanos desenvolveram um dispositivo eletrônico que auxilia o batimento cardíaco. O aparelho, chamado de C-Pulse, está em fases de testes, mas seu mecanismo já se mostra eficiente e capaz de produzir menos efeitos agressivos ao corpo do que tecnologias semelhantes já existentes.
Uma das preocupações dos cientistas ao criar o C-Pulse era complementar e melhorar outros tratamentos médicos. ;As drogas terapêuticas que temos hoje muitas vezes não são o suficientes para gerir essa doença, por isso estamos sempre à procura de novos tipos de terapias;, explica ao Correio William Abraham, diretor da Divisão de Medicina Cardiovascular da Universidade de Wexner, em Ohio, Estados Unidos.
Alguns produtos eletrônicos já são utilizados para regular o batimento cardíaco de pessoas com insuficiência, mas os criadores do novo dispositivo buscavam uma técnica menos invasiva, que diminuísse o risco de complicações no implante. A saída foi criar um mecanismo que não precisasse ser inserido na aorta, principal artéria do corpo humano que se conecta ao coração. ;O C-Pulse envolve a aorta e rapidamente infla e desinfla um pequeno balão, que ajuda a espremer o sangue através da artéria, fazendo-o circular por todo o corpo;, descreve Abraham.
Para checar se a mecânica do dispositivo funciona corretamente, os cientistas testaram o aparelho em 20 pacientes que sofriam de insuficiência cardíaca grave e obtiveram resultados positivos. Os pacientes foram avaliados seis meses e um ano após o implante. Nas duas verificações, constatou-se a melhora em 16 deles. ;Na verdade, na marca de um ano, três dos outros quatro pacientes tiveram sintomas leves ou não demonstraram sintomas de insuficiência cardíaca;, destaca o cientista.