Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Site colaborativo busca mapear a criminalidade ao redor do mundo

O Smaps também pode ser baixado como aplicativo e usado para traçar rotas seguras com a utilização do GPS



Preocupado com a insegurança, o administrador paulista Douglas Roque, 43, decidiu investir em uma ferramenta que pudesse ser utilizada como um banco de dados da criminalidade a nível mundial. Assim nasceu o Smaps, um site colaborativo que também está disponível gratuitamente como aplicativo, para iOS e Android.

No Smaps, você pode registrar crimes (para isso, é necessário apenas cadastrar um e-mail válido, para evitar fraudes), fornecendo data, hora e local, pesquisar as ocorrências já feitas, traçar rotas que não passam por locais perigosos, utilizando geolocalização, e receber alertas (o chamado ;avise-me;) de novos registros em um local escolhido.

Entre os delitos listados pela ferramenta, estão desde furto, roubo e homicídio até racismo e homofobia. ;Nesses últimos, contamos com muito apoio de ONGs e outras organizações ligadas aos temas;, esclarece Douglas.

Veja, no vídeo abaixo, como funciona:

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[SAIBAMAIS]Para o empreendedor, que já investiu aproximadamente R$ 500 mil no app, o produto é útil tanto no dia a dia do morador quanto para turistas que não conhecem a cidade. O alcance do Smaps é global e o apoio de outros países tem crescido. ;Austrália e Canadá se mostraram muito receptivos e o Reino Unido já nos forneceu os dados disponíveis sobre criminalidade no país;, conta.

No Brasil, mesmo com a Lei de Acesso à Informação, é difícil conseguir dados oficiais. ;Falta uma organização e padronização dos boletins de ocorrência pelos órgãos públicos no país.; Enquanto isso, Douglas tem conquistado o apoio de outras entidades, como os Consegs (conselhos de segurança formados por moradores e representantes das polícias civil e militar dos bairros) de São Paulo e de Curitiba. ;Brasília é a quarta cidade brasileira que mais usa o Smaps;, avalia.

A ideia

Há quatro anos, Douglas caminhava pela orla de Copacabana, no Rio, quando viu uma multidão e descobriu que o filho de um casal de portugueses havia sido assassinado. ;Aquilo me marcou muito e foi quando percebi que podemos fazer alguma coisa, além de esperar medidas do poder público. As informações sobre crimes, especialmente os mais leves, que muita gente não faz boletim de ocorrência, devem estar acessíveis aos cidadãos, para sabermos quais os pontos de maior foco de determinados crimes;, defende.

Desde o lançamento, há um ano, foram registradas cerca de 3 mil ocorrências. A mais comum é o roubo de celulares. A que mais tem crescido são os casos de homofobia, que possui um espaço para o relato do crime. Por ser um produto colaborativo, Douglas afirma que sempre será gratuita. Para se manter, a ideia é buscar parcerias com seguradoras e bancos, grandes interessados no tema, e, no futuro, vender as estatísticas para a mídia.

;Vale ressaltar que não queremos competir com o governo e que o site não substitui o boletim de ocorrência oficial. A ideia é sermos uma ferramenta a mais para ajudar na diminuição da criminalidade, que a própria polícia possa utilizar para avaliar a segurança e que a população também possa usar para cobrar dos órgãos.;