Tecnologia

Internet no Brasil ainda não está qualificada para vídeos 4K, diz estudo

Apenas 0,5% das conexões no país têm velocidade suficiente para a ultra definição

postado em 11/01/2015 11:00

Apenas 0,5% das conexões no país têm velocidade suficiente para a ultra definição

A resolução 4K tem sido cada vez mais comentada nos últimos meses. Capaz de entregar uma imagem com qualidade quatro vezes superior ao Full HD (1080p), o 4K já é o principal recurso presente nos novos modelos de televisores das principais fabricantes. Panasonic e Sony, por exemplo, anunciaram televisões desse tipo na Consumer Eletronics Show 2015, feira de inovação tecnológica que aconteceu ao longo da última semana, entre os dias 6 e 9 de janeiro. Além disso, a Netflix divulgou no mesmo evento uma parceria com a LG e passará a transmitir vídeo na ultra resolução com exclusividade nos aparelhos da fabricante. Ou seja, tudo indica que 2015 é um ano promissor para o 4K. Mas uma pesquisa divulgada na última quinta-feira (8/1) pela consultoria Akamai apontou que o Brasil ainda não está preparado para tanta qualidade de imagem, devido às baixas velocidades de conexão disponibilizadas na internet brasileira.


[SAIBAMAIS]O estudo fez uma análise de conexões em mais de 200 países para criar um diagnóstico sobre diversos aspectos da internet ao redor do mundo. E uma das novidades do relatório foi a inclusão da categoria ;Preparo para o 4K;, que faz um ranking das nações mais e menos capacitadas a transmitir a ultra definição online. Para tanto, a companhia estabeleceu que a velocidade mínima de conexão necessária para o uso do 4K é de 15Mbps.


No Brasil, os números não são nada animadores: apenas 0,5% das conexões de internet têm velocidade acima dos 15Mbps necessários para a transmissão de conteúdo 4K, o que coloca o país na 50; posição do ranking mundial. Para se ter uma ideia, na Coreia do Sul, primeiro lugar na lista, 66% das conexões tem rapidez maior que 15Mbps. Além disso, apenas outros cinco países das Américas se qualificaram para a classificação feita pela Akamai e todos eles ficaram à frente do Brasil: Chile (49;), México (48;), Argentina (46;), Canadá (25;) e Estados Unidos (16;).


E se a conexão por aqui já não é boa suficiente para a transmissão de vídeo 4K, também não se pode contar ainda com opções que não dependam da internet. Isso porque, apesar do crescente número de televisores de ultra definição, ainda não são produzidos muitos conteúdos em 4K que possam ser executados em mídia. Blu-rays, por exemplo, continuam na faixa dos 1080p. Uma das práticas das novas TVs busca solucionar isso com o chamado upscaling, que pega a resolução Full HD e a aumenta. O resultado final, contudo, não alcança a mesma qualidade vista no 4K nativo.


Lentidão generalizada


A internet brasileira ainda decepciona nos demais aspectos analisados pelo estudo da Akamai. De acordo com a pesquisa, 25% das conexões no Brasil têm velocidade acima de 4Mbps, considerado pelo estudo como o valor mínimo para que a conexão seja classificada como banda larga. No vizinho Uruguai, por exemplo, esse valor é de 59%. Quando o critério é a rapidez de 10Mbps (alta banda larga), o número cai drasticamente no Brasil: apenas 1,6%.


Ao medir a velocidade média da internet no Brasil, o número também é baixo: 2,9Mbps, que podem atingir um pico médio de 20,5Mbps. São valores muito abaixo dos registrados pela líder Coreia do Sul, onde a média de rapidez de conexão é de 25,3 Mbps, com picos médios de 74,2Mbps. No contexto da América do Sul, ainda há países em situação pior que os brasileiros, como no Paraguai e na Bolívia, que possuem velocidades médias de 1,3Mbps e 1,1Mbps, respectivamente.


Com informações de Max Valarezo

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