Bruno Freitas
postado em 19/01/2015 09:27
Belo Horizonte ; A cada pedalada, mais eletricidade é produzida. A ideia de Gustavo Soares Tonucci, estudante de engenharia de produção da PUC-Minas, parece sob medida para esses tempos de crise energética e de preocupação crescente com a boa forma física. Determinado a desenvolver um projeto por conta própria, ele bolou um protótipo de bicicleta estacionária, reaproveitando o máximo de materiais. O principal componente é uma bateria veicular, a mesma utilizada em carros de passeio. Instalada num suporte dianteiro da bike, ela acumula a energia gerada pelas pedaladas e a transforma em eletricidade, possibilitando que seja usada como fonte para conectar eletrônicos e eletrodomésticos de pequeno porte, como celulares, liquidificadores e equipamentos de som. Para isso, basta desconectar a bateria, que pesa cerca de 12kg.
A base do protótipo é uma velha Monark Barra Forte. Esquecida em um canto da empresa da família do jovem, a bicicleta foi adaptada com a instalação de um conversor capaz de transformar os 12V em corrente contínua da bateria em 127V ou 220V em corrente alternada. Somam-se aos materiais utilizados uma correia em V e um inversor de energia. ;A geração de energia está diretamente ligada à capacidade física da pessoa que está pedalando. Quanto maior a velocidade angular (rotações), maior a rotação da pedalada e, consequentemente, maior será a rotação do alternador, gerando, assim, maior quantidade de energia acumulada na bateria;, resume Tonucci na apresentação do projeto, exibido durante a sétima edição da Mostra Tecnológica do Instituto Politécnico (Ipuc) da PUC-Minas.
A ideia, afirma o estudante, busca ajudar a resolver dois problemas comuns no Brasil: o aumento da obesidade e a dificuldade em gerar energia limpa e renovável. ;A proposta foi amadurecendo à medida que eu lia reportagens (sobre esses temas). Foi concebida na empresa em que trabalho, discutida com engenheiros e mecânicos, que me ajudaram na construção;, conta. Da concepção inicial à montagem foram três meses, e os testes ocorreram na própria retífica de motores, contando com o auxílio de professores da PUC.
O maior diferencial do protótipo, segundo Tonucci, é a possibilidade de o sistema bateria-alternador ser montado numa bicicleta, facilitando o transporte e ocupando o menor espaço possível. Um painel com cinco lâmpadas indica ao ciclista o nível de carga da bateria. Comprovada a eficácia da bicicleta, Tonucci espera que ela se torne útil em locais onde não há rede de energia elétrica. Os próximos passos serão a busca de um motor mais eficiente e a melhora do design.
Na França
Uma marca de água mineral utilizou o mesmo princípio dos estudantes de engenharia da PUC, mascom o intuito de criar uma peça divertida. No comercial, mulheres pedalam em uma bicicleta ergométrica, enquanto se forma a imagem de um stripper na parede. Além disso, com a energia gerada, uma música começa a tocar. Veja no vídeo abaixo.
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