Já virou moda a EA escolher uma característica do lançamento da série anual FIFA e defendê-la até o fim. Em FIFA 12, o apelo foi a nova engine de impacto do jogo, que se mostrou uma fonte inesgotável de bugs e momentos bizarros dentro das partidas. FIFA 13 trouxe uma melhoria nesse quesito, porém o botão ;first touch; novamente se mostrou uma característica irrelevante para a jogabilidade. Resumidamente, FIFA sempre foi assim; uma promessa e uma entrega que, apesar de apresentar melhorias, não ousa em implementações significativas no gameplay. Em FIFA 15 isso não é diferente.
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Nada mais justo do que começar pelas principais promessas da Electronic Arts na E3 do ano passado. A primeira seria a adição de emoção aos jogadores, e isso alteraria o rumo da partida - caso um atacante fizesse muitos gols, por exemplo, ou o goleiro, muitas defesas, a confiança deles aumentaria e jogariam melhor. Se essa foi a tentativa, com certeza não há nem 5% disso no jogo. Há apenas animações de intrigas entre os jogadores quando eles recebem carrinhos ou trompam uns nos outros. Esse tipo de implementação na jogabilidade do game seria mais do que benvinda. Ela adicionaria ainda mais realismo às partidas. Para os fãs, porém, resta apenas a espera.
[SAIBAMAIS]Este é o primeiro FIFA construído para a nova geração de consoles. Nos gráficos, isso já é visível no visual realístico dos jogadores em comparação à vida real e também nos efeitos de sombra e luz dos estádios e do gramado. E o que mais chama a atenção ainda nesse quesito é a torcida. Finalmente a produção de um jogo de futebol investiu tempo nas pessoas da arquibancada. Se antes ela era repleta de figuras que mais pareciam representações humanas em papelão, agora elas apresentam modelos em 3D realistas. A animação dos fãs também mudou. Na hora dos gols, todos levantam os braços e celebram de formas diferentes (com eventuais defeitos gráficos em alguns replays).
Além disso, o uso da geração atual proporcionou aprimoramentos em detalhes da jogabilidade de FIFA, que acabam deixando o game mais polido e semelhante às jogadas reais. Em certos momentos, dependento do nível do seu jogador, é possível dar chutes de calcanhar no melhor estilo Ibrahimovic, ou dominar um lançamento com a parte de fora do pé a la Cristiano Ronaldo. Essas animações são as responsáveis pelo jogador se sentir, de fato, na nova geração.
Guardiões das redes
Mas nenhum outro aspecto supera os goleiros em FIFA 15. Não seria um erro dizer que esta sim é a edição dos responsáveis por proteger o gol. Para quem acompanha a série desde 2006, quando os goleiros mais pareciam gatos, com pulos que desafiariam a lei da gravidade e massa corporal, FIFA 15 é um deleite. As animações dos goleiros, a física e até mesmo a dificuldade em superá-los se tornaram muito mais reais. Essa, infeliz e felizmente, foi a única promessa que a EA, de fato, cumpriu em FIFA 15.
Algo que incomodará principalmente os fãs brasileiros da franquia é a ausência dos times de nosso país nessa versão do jogo. Os clássicos times do Campeonato Brasileiro não foram adicionados ao jogo por conta de discordâncias no licenciamento dos jogadores.
FIFA 15 não desaponta por descumprir apenas uma promessa de marketing, mas sim por evidenciar um vício da indústria, que não é exclusivo à Electronic Arts, de não entregar tudo que é anunciado. Fora isso, o jogo continua sendo divertido de se jogar, sendo beneficiado pelas melhorias da nova geração.
Avaliação
- Jogabilidade: 1,5
- Entretenimento: 1,5
- Gráficos: 2,5
- Som: 2,5
- Nota final: 8
Informações técnicas
- Publicação: Electronic Arts
- Desenvolvimento: EA Canada
- Plataformas: PlayStation 4, Xbox One, PC, Xbox 360, PlayStation 3, Nintendo 3DS, PlayStation Vita, Wii
- Classificação: Livre
- Jogadores: 1 a 8 (off-line), 22 (on-line)
- Preço: R$ 179