Isabela de Oliveira
postado em 20/03/2015 06:19
Um sofrimento coletivo. É esse o sentimento que muitos usuários do sistema público de transportes têm quando embarcam em ônibus e metrôs de grandes cidades brasileiras. As reclamações mais comuns costumam ser atrasos, falta de conforto, poucos veículos e infraestrutura obsoleta. A boa notícia é que cada vez mais pesquisadores buscam criar soluções que melhorem a vida dos passageiros e, ao mesmo tempo, ajudem o Estado a economizar.
Uma dessas alternativas partiu do professor Rômulo César, da Coordenação de Eletrônica e Telecomunicações do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE). Desde 2009, ele pesquisa soluções que melhorem o metrô de Recife. O sistema, que completou 30 anos de operação este ano, atende 9 milhões de usuários, o dobro de 10 anos atrás.
Apesar de transportar um grande volume de pessoas, 80% do sistema é subsidiado. Por isso, o metrô pernambucano tem a tarifa mais barata do Brasil: cada passageiro desembolsa R$ 1,60 por viagem. Por um lado, a assistência do governo é positiva. Por outro, dificulta investimentos em tecnologia e conforto. O projeto do professor Rômulo pretende contornar essa dificuldade com a telemetria, que é um tipo de tecnologia automatizada capaz de captar, em tempo real, informações importantes para o operador do trem.
Duas perguntas para Rômulo Araújo, professor e pesquisador do Instito Federal de Pernambuco (IFPE), autor do projeto de telemetria para o metrô
Como o senhor se envolveu com este projeto?
Eu trabalho no metrô de Recife há 30 anos, no centro de controle operacional. Sou formado em engenharia eletrônica e doutor pela Universidade Federal da Paraíba em dinâmica e controle de sistemas. Minha tese de doutorado foi desenvolvida em cima da telemetria aplicada no sistema do metrô. Hoje, não há informação dentro do trem para o controlador, que age um pouco às escuras . Isso é importante, pois os controladores precisam tomar decisões rápidas e corretas para o melhor desempenho desse meio de transporte.
O metrô de Recife possui a tarifa mais barata do Brasil por ser subsidiado. Isso dificulta os investimentos em tecnologia? Como o senhor vai emplacar o projeto?
Sim, isso dificulta os investimentos em tecnologia. Mas eu consegui com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico ( CNPq) um investimento de R$80 mil. Os equipamento vai ser instalado nos trens da linha sul do metrô. Nós fizemos o planejamento em janeiro e fevereiro, e em março demos início à instalação propriamente dita. Em resumo, um equipamento dentro do trem vai coletar as informações e enviar, por fibra óptica, para o centro de controle. A previsão é que esteja instalado até dezembro de 2015. O dinheiro vai ser utilizado para comprar o equipamento. Mas a transferência de tecnologia do Instito Federal de Pernambuco para o Metrô tem custo zero.
Eu trabalho no metrô de Recife há 30 anos, no centro de controle operacional. Sou formado em engenharia eletrônica e doutor pela Universidade Federal da Paraíba em dinâmica e controle de sistemas. Minha tese de doutorado foi desenvolvida em cima da telemetria aplicada no sistema do metrô. Hoje, não há informação dentro do trem para o controlador, que age um pouco às escuras . Isso é importante, pois os controladores precisam tomar decisões rápidas e corretas para o melhor desempenho desse meio de transporte.
O metrô de Recife possui a tarifa mais barata do Brasil por ser subsidiado. Isso dificulta os investimentos em tecnologia? Como o senhor vai emplacar o projeto?
Sim, isso dificulta os investimentos em tecnologia. Mas eu consegui com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico ( CNPq) um investimento de R$80 mil. Os equipamento vai ser instalado nos trens da linha sul do metrô. Nós fizemos o planejamento em janeiro e fevereiro, e em março demos início à instalação propriamente dita. Em resumo, um equipamento dentro do trem vai coletar as informações e enviar, por fibra óptica, para o centro de controle. A previsão é que esteja instalado até dezembro de 2015. O dinheiro vai ser utilizado para comprar o equipamento. Mas a transferência de tecnologia do Instito Federal de Pernambuco para o Metrô tem custo zero.
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