postado em 22/06/2015 16:16
Em meio à quase regra atual dos jogos de tiro em primeira pessoa, Battlefield Hardline surge com uma premissa no mínimo curiosa. Em ambos os modos de jogo (single e multiplayer), a ambientação é quase uma brincadeira de polícia e ladrão moderna - só que com tiros e... morte. No modo campanha, o jogador é colocado no papel de um policial em Miami durante a investigação de tráfico de drogas na cidade; no online, o papel que você assume varia entre uma quadrilha pronta para executar um mega-assalto e políciais que fazem parte da operação para conter o roubo ou coletar provas - dependendo dos modos online. Ao que parece, é uma ambientação interessante e divertida, certo? Se você mudar a dublagem logo antes do início do jogo, com toda a certeza!
[SAIBAMAIS]Se você é uma daquelas pessoas que ainda compra um jogo de tiro em primeira pessoa e se preocupa com campanha solo, não sairá tão frustrado de Hardline. O modo de um só jogador foi repensado pela DICE e pela Visceral Games num formato completamente diferente das versões anteriores. Para começar, o jogo simula uma série policial de TV americana, com direito até a brincadeiras com elementos de narrativa televisiva como as mensagens ;anteriormente em Hardline; ou ;a seguir em Hardline; para iniciar ou finalizar um episódio. Ainda na narrativa, o modo campanha solo é dividido em episódios, como se fossem os próprios capítulos da série televisiva.
Tecnicamente, porém, Battlefield Hardline deixa a desejar. Ao início de cada episódio, é possível selecionar e modificar as armas que serão usadas durante a história. Com a escolha certa, é muito fácil passar todas as fases sem nenhum esforço. Basta um revólver e uma escopeta de médio alcance que a dificuldade da campanha se esvai. Isso mostra o quanto a inteligência artificial do modo offline está quebrada e infelizmente não permite qualquer desafio mesmo nas dificuldades mais altas. Aqui, os gráficos são medianos. Como sempre, os efeitos de destruição de cenário possível pelo motor gráfico Frostbite 3 igualam a falta de boas texturas em alta definição e problemas de renderização na versão digital do game.
Infelizmente, nem os piores pontos de Hardline são o bastante para se igualar à terrível dublagem na localização para o português brasileiro. O personagem principal, Nick Mendoza, é dublado por Roger Moreira (vocalista do Ultraje a Rigor), que parece não ter qualquer vontade de estar vivo na versão brasileira, surpreendendo o jogador com uma dissonância nem sequer pensada pelos desenvolvedores - que certamente não contariam com atuações tão deprimentes. O resultado, por conseguinte, aponta para um problema na indústria de games no Brasil, em que empresas parecem contar com dubladores famosos não pela qualidade final do conteúdo, mas sim pela publicidade natural daquele nome (Pitty em Mortal Kombat X reforça o argumento).
Se a ambientação policial funciona junto ao formato do modo offline, no formato online, ela é mais do que benvinda. Apesar de serem variações de modos conhecidos como controle e capture a bandeira, os ambientes espaçosos onde se passam as partidas continuam divertidos. Há a modalidade em que os policiais têm de recuperar a maior quantidade de dinheiro possível dentro do mapa e levá-la até outro ponto; há também um tipo de jogo mais próximo aos moldes originais de multiplayer em jogos de tiro em primeira pessoa. Nele, cabe aos jogadores defender uma certa área, enquanto a equipe adversária é responsável por conquistá-la.
O mais interessante, porém, é o modo de assalto. Aqui, os ladrões têm de arrombar um cofre e levar sacolas de dinheiro até outro ponto do mapa. Com certeza este é o modo que mais se assemelha à brincadeira de polícia e ladrão, auxiliado por um elemento que sempre contribui para o multiplayer de Battlefield: a variedade de veículos, pontos no mapa e extensão dos cenários. Outra novidade é o surgimento tático dos jogadores dentro do mapa. Após morrer, o player pode selecionar onde surgirá, permitindo uma dinâmica maior para a partida.
Os problemas técnicos no modo offline podem até agradar os jogadores mais casuais que não gostam de muita dificuldade. A dublagem brasileira é terrível, mas o idioma pode ser alterado. Ainda há o multiplayer, que acrescenta horas para compensar os erros no modo solo. O esforço de uma ambientação diferente é notável para ambas as modalidades. Isso faz com que Battlefield Hardline não seja nem de longe um jogo ruim; mas sim, no máximo, mediano.
Nota
Jogabilidade: 2
Sons: 2
Entretenimento: 1
Gráficos: 1
Total: 6
Informações técnicas
- Publicação: EA Games
- Desenvolvimento: Visceral Games, DICE
- Plataformas: Xbox 360, Xbox One, PlayStation 3, PlayStation 4, PS Vita, PC
- Classificação: Não recomendado para menores de 16 anos
- Jogadores: 1 (off-line), multiplayer online
- Preço: R$ 179,99 (consoles) R$ 99,90 (PC)