Roberta Machado
postado em 27/07/2015 06:00
Uma nova tecnologia, desenvolvida com a participação de pesquisadores brasileiros, permite a fabricação de fios elétricos que podem ser esticados e alcançar até 14 vezes o próprio comprimento. A fibra condutora continua funcionando mesmo quando é retorcida ou dobrada, e mantém sua eficiência depois de ser deformada milhões de vezes. O fio superelástico, descrito na última edição da revista Science, pode ser usado em dispositivos, como telas flexíveis, implantes e até mesmo roupas inteligentes, e já está pronto para ser fabricado.Concebido por pesquisadores da Universidade do Texas, o fio é formado por um núcleo de borracha coberto por nanotubos de carbono, um material ultraleve com propriedades excepcionais (veja arte). Os nanotubos são aplicados sobre a borracha totalmente esticada, que é, então, liberada e retoma seu comprimento original. O processo faz com que os cilindros se agrupem em vincos, como as de uma sanfona. Como os nanotubos são orientados de acordo com a direção da fibra elástica, o fenômeno acontece naturalmente, sendo completamente reversível. Isso permite que o material seja dobrado e esticado, sempre voltando à sua forma enrugada.
Cada uma das ondas formadas pelos nanotubos agrupados consiste em pregas menores, o que torna o sistema ainda mais dinâmico. Quando o fio é esticado, as dobras maiores de desfazem uma a uma, deixando as deformações pequenas para serem desfeitas quando o material é levado ao seu limite. ;É extraordinário como um simples processo de fabricação resulta em uma fibra condutora revestida com uma estrutura e propriedades tão originais;, descreve Ray Baughman, diretor do NanoTech Institute na Universidade do Texas em Dallas e principal autor do trabalho.
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