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Carlise e Jorge Vieira, a exemplo de outros casais à espera do primeiro filho, se prepararam com ansiedade para receber a pequena Natália, mas eles não poderiam ver a filha no ultrassom: os dois têm deficiência visual e sonhavam com a criança com base apenas no relato da médica. Durante o sexto mês de gravidez, eles puderam ter o exame de ultrassom impresso em 3D para conhecer o rosto da filha: ;Foi muito importante porque tive noção de como era o rostinho da Natália antes dela nascer e pude ver como ela era parecida comigo e com o pai. Como não posso enxergar como as demais mães, isso me supriu a falta de visão;.
;O médico não altera nada do que ele normalmente já faz. A diferença é que ele precisa salvar o exame com um protocolo próprio para trabalharmos com nossa tecnologia;, explica Fernando Flores, fundador da startup 3D Portos.
A empresa de Porto Alegre busca inclusão social para pais com deficiência visual durante a gravidez. Be4Birth é o nome do serviço que converte exames de ultrassom obstétricos em objetos impressos.
Para Carlise, o serviço mostra que a inclusão social está chegando à medicina. Ela acredita que outras mães gostariam de ter a mesma experiência.
A empresa presta o serviço em duas clínicas obstétricas em Porto Alegre mas a ideia é ampliar a oferta para outros estabelecimentos do tipo. ;Conseguimos atender o país todo daqui;, planeja Flores. O serviço da empresa não é limitado para o público com deficiência visual, qualquer pessoa pode adquirir artigos decorativos com o ultrassom 3D.