"O que temos visto é que empresas que apostaram no Brasil em outros momentos de dificuldade são as que se beneficiaram na hora da bonança", completou Leonardo Dias, subsecretário de inovações e novos negócios de Minas Gerais. O custo da mudança não foi divulgado pela empresa.
Em Belo Horizonte desde 2006, a sede é liderada por Berthier Ribeiro-Neto, diretor de engenharia para a América Latina. Professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi ele o responsável por voltar os olhos da companhia para o estado. Em 1999 ele fundou a start-up Akwan, especializada em buscas com resultados exclusivamente brasileiros. O Google comprou a empresa em 2004. "Quando você fica perto de um centro como a UFMG dá para ver que essa mudança não foi uma aposta tão arriscada", analisa Luiz André Barroso, vice-presidente global de engenharia do Google.
Na nova sede, trabalham engenheiros recrutados na universidade, brasileiros de 12 estados e alguns estrangeiros. Os projetos são desenvolvidos em um escritório-conceito que ocupa quatro andares do Boulevard Shopping, em Belo Horizonte. Não é difícil encontrar, pelos corredores, em salas de jogos ou em colchonetes de ioga, engenheiros de bermuda e chinelo. O espaço conta com lavanderia, restaurante, salão de beleza, academia.
Os projetos
Pergunte ao doutor Google
Também fica em Belo Horizonte o time de engenheiros que fez com que buscas por sintomas e doenças ficasse mais responsável. Um grupo de 15 engenheiros na cidade, com outros 10 norte-americanos, mapeou os termos mais pesquisados para dar resultados confiáveis. Ao todo, 5% de toda a busca, no mundo, tem alguma relação com saúde.
Hoje, em parceria com o hospital Albert Einstein, cerca de 400 doenças estão registradas com sintomas, formas de contágio, tratamento. Assim, quando o usuário faz uma pesquisa, é possível ver um quadro no próprio site, com artigos feitos por médicos ; e não mais blogueiros desconhecidos. "Desde outubro as buscas por zika aumentaram 3.000% globalmente", afirma o engenheiro Frederico Quintão, responsável pelo projeto.
Mapas
A inclusão de mapas no sistema de buscas é relativamente novo. Após dois anos de trabalho, o time do engenheiro Bruno Possas refez todo o sistema para incluir mapas em buscas por negócios locais. O sistema serve para 20% de todas as empresas do mundo e depende da habilitação de localização no computador ou smartphone do usuário. Ao todo, 25 engenheiros trabalham para que o usuário consiga encontrar o restaurantes, lojas, farmácias com informações de distância, endereço, telefone e reputação na web.
Sem confusão
Camila Matsubara é uma das engenheiras responsáveis por acabar com algumas confusões no buscador do Google. Com um time de engenheiros, ela trabalha para que termos buscados sejam "traduzidos" para a linguagem coloquial. Ao buscar "molho bechamél", por exemplo, o usuário consegue ver receitas de molho branco, já que os termos significam a mesma coisa. A melhoria é uma das mais de 300 pela qual o sistema passou no último ano.
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A repórter viajou a convite do Google