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Rival do Uber, Cabify começa a funcionar em São Paulo

"O Cabify começou, em 2011, focado para intermediar carros de luxo com um público diferenciado", explica o chefe de operações do app no Brasil, Daniel Velazco Bedoya

Agência Estado
postado em 06/06/2016 17:23


Rival do Uber, o app de caronas pagas Cabify começou a operar no Brasil nesta segunda-feira (6/6) começando pela cidade de São Paulo. O serviço, de origem espanhola, possui um modelo de funcionamento parecido com o concorrente norte-americano: o usuário entra no aplicativo, solicita a viagem e, em poucos minutos, um motorista particular deverá estar no local apontado. Entretanto, o Cabify aposta em uma cobrança baseada na quilometragem percorrida pelo motorista - e não o tempo - para se diferenciar do mercado de caronas pagas.

"O Cabify começou, em 2011, focado para intermediar carros de luxo com um público diferenciado", explica o chefe de operações do app no Brasil, Daniel Velazco Bedoya, em entrevista concedida ao jornal "O Estado de S. Paulo" em maio deste ano. "Com o tempo, porém, começamos a achar novos mercados e começamos a adaptar nossa demanda."



Atualmente, o Cabify conta com inúmeras categorias de corrida, como carros de luxo e outra voltada unicamente para os chamados "táxis pretos". Aqui no Brasil, no entanto, a única modalidade disponível é o Cabify Light: parecido com o Uber X, a categoria admite carros mais simples, desde que tenham um conforto mínimo, como ar-condicionado, e sejam de um modelo 2011 ou mais recente

Assim, para se diferenciar no mercado de caronas pagas, o Cabify aposta em duas frentes: a ausência de tarifa dinâmica (taxa que multiplica o valor da corrida de acordo com a demanda por carros naquela hora) e a cobrança por quilometragem. Sobre o primeiro quesito, o app espanhol atinge um ponto muito criticado do Uber: quando o serviço possui menos carros e mais solicitações de corridas, o preço sobe. No Cabify, isso não irá acontecer. Além disso, o aplicativo recém-lançado também irá cobrar as corridas de um jeito diferenciado: ao invés de fazer um cálculo entre tempo gasto e distância percorrida, o serviço cobra apenas pela extensão do trajeto.

"O usuário irá entrar no serviço já sabendo qual será o valor a ser pago", explica Bedoya. "Não haverá surpresas nem uma variação no valor. A não ser que o usuário peça para alterar o trajeto."

Além disso, o app conta com alguns recursos e facilidades dentro do app, como a possibilidade de fazer reservas antecipadas de corrida e a existência de múltiplas contas dentro do app, podendo alternar no momento que quiser. "A pessoa poderá agendar um carro para te buscar em determinado lugar no dia anterior, para não ter a preocupação no dia seguinte", conta Bedoya.

Briga

Apesar de dizer que não enxerga os táxis como concorrentes, Bedoya diz que poderá acontecer alguns problemas entre o app e os taxistas. "Nós sabemos que alguns conflitos poderão acontecer", afirma o chefe de operações do Cabify no Brasil. "É um mercado de táxis muito fechado, muito restrito. Quando alguém mexe nele, podem surgir atritos. Mas não queremos nos afastar dos taxistas. Nós fazemos o que eles fazem."

Futuro

As expectativas do aplicativo espanhol no Brasil são altas. A empresa quer, em breve, começar a trabalhar com a categoria de "táxis pretos" e expandir para mais cidades brasileiras, como Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Goiânia e Rio de Janeiro.

"Esperamos que usuários e possíveis parceiros da plataforma nos vejam de maneira positiva no mercado brasileiro", afirma Bedoya. "O Cabify quer ajudar a alterar a lógica da mobilidade no País."

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