Vilhena Soares
postado em 11/07/2016 06:10
Os dedos se movem rapidamente e acertam com precisão espantosa as pequeninas letras dispostas na tela do celular. A facilidade com que algumas pessoas digitam mensagens no aparelho pode dar a impressão de que essa ação é mais uma das várias possíveis de serem realizadas automaticamente, a ponto de realizá-la paralelamente a outras atividades. É aí que mora o perigo. Diferentes estudos mostraram que escrever no smartphone aumenta bastante a chance de um motorista se envolver em acidentes e impede até mesmo uma pessoa de caminhar normalmente.Agora, uma pesquisa norte-americana, publicada recentemente na revista Epilepsy & Behaviour, parece ter encontrado uma explicação para a capacidade que o texting tem de sugar toda a atenção de uma pessoa: ele afeta o funcionamento do cérebro de uma maneira nunca observada antes. Liderado por William Tatum, pesquisador do Centro de Epilepsia da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, o trabalho constatou que, ao digitar no celular, uma proporção considerável de indivíduos apresenta um ritmo de ondas cerebrais até então desconhecido.
As ondas cerebrais podem ser medidas por diferentes equipamentos, como o eletroencefalograma. Elas são basicamente um reflexo do que a pessoa pensa ou sente. Estados mais agitados, que exigem uma comunicação mais intensa entre os neurônios, produzem ondas de frequência maior, enquanto momentos de relaxamento deixam essas ondas mais lentas. No estudo, a equipe de Tatum avaliou, durante 16 meses, o cérebro de 129 pessoas enquanto elas realizavam uma série de tarefas, incluindo diferentes usos do celular e testes de atenção e função cognitiva. Os voluntários incluíam alguns indivíduos com epilepsia, uma vez que experimentos anteriores haviam mostrado ritmos distintos de atividade cerebral nesses pacientes.
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