postado em 01/05/2018 19:12
O Facebook decidiu entrar no popular e lucrativo mundo dos aplicativos de paquera. A informação foi anunciada nesta terça-feira (1/5) pelo presidente e diretor-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, durante a conferência anual de desenvolvedores da rede social, em San José, na Califórnia.
Pelo discurso de Zuckerberg, o serviço do Facebook pretende ser uma versão bem mais comportada que apps populares como Tinder e Grindr. "Será para construir relações autênticas e duradouras, não somente encontros casuais", afirmou o empresário, sem explicar se esse serviço será gratuito, como a maioria dos aplicativos da plataforma.
Em comunicado, a empresa deu mais detalhes de como o serviço vai funcionar. Os usuários poderão criar separadamente um "perfil de encontro" distinto do perfil de sua página do Facebook. A partir daí, companheiros potenciais serão recomendados com base nos dados deste segundo perfil.
O anúncio repercutiu imediatamente no mercado. Para se ter uma ideia, as ações de um dos principais sites de encontros nos Estados Unidos, o Match, caiu quase 20% logo depois.
Histórico poderá ser apagado
O Facebook aproveitou o evento para anunciar outras novidades, além de enfatizar esforços para proteger os dados de seus usuários após o escândalo da Cambridge Analytica.
Uma mudança afeta o Messenger, que ganhou a capacidade de traduzir mensagens em tempo real, permitindo conversas de texto entre pessoas que usam diferentes idiomas. "A capacidade de falar com qualquer pessoa sem nenhuma barreira de idioma é algo que realmente nos entusiasma", disse o CEO do Messenger, David Marcus.
Outra inovação é a possibilidade de os usuários do Facebook apagarem seu histórico de navegação. "Essa característica lhes permitirá ver os sites e os aplicativos que nos enviam informação quando são utilizados, eliminar essa informação da sua conta e desabilitar nossa capacidade para armazená-la no futuro", anunciou a empresa em um blog. "Se apagarem seu histórico, ou usarem a nova configuração, eliminaremos as informações de identificação para que o histórico dos sites e os aplicativos que usaram não sejam associados à sua conta", acrescentou o texto.
"Continuaremos fornecendo aplicativos e sites com análise agregada. Por exemplo: podemos criar informes quando recebermos essa informação para que possamos dizer aos desenvolvedores se seus aplicativos são mais populares entre homens, ou mulheres, de uma certa faixa etária", de acordo com a mesma publicação.
Nessa linha, em sua apresentação, Zuckerberg insistiu que o objetivo de Facebook é "garantir a segurança dos usuários". "O que aconteceu com a Cambridge Analytica é uma grave violação da nossa confiança, este desenvolvedor se apropriou dos dados e os vendeu, e temos que garantir que isso não voltará a acontecer", enfatizou.
"Como todos sabem, reduzimos a quantidade de dados que os desenvolvedores podem pedir às pessoas que proporcionem", disse, embora tenha admitido que "ainda restam passos para dar".
Segundo o CEO, o Facebook agora está dedicando recursos significativos para identificar e neutralizar "más aplicações", e os usuários da rede social agora têm mais flexibilidade para ajustar sua configuração de privacidade.
"Crise" e Instagram
Entre outros anúncios, está a função "Crise" que permitirá aos usuários da rede compartilhar informação relevante sobre uma situação em uma área de crise, como bloqueio de rodovias, início de incêndios ou inundações.
Com o mesmo espírito, se estabelecerá uma função "Doação de sangue", que permitirá aos voluntários encontrar um centro próximo em que possa fazer a doação.
O Instagram, que pertence ao Facebook, também oferecerá funções de realidade aumentada para os vídeos, e seus usuários também poderão se comunicar por vídeo.
Com informações da Agência France-Press.