Tecnologia

Robô franco-alemão fará missão-relâmpago em um asteroide

Mascot, um pequeno robô franco-alemão, descerá nesta quarta-feira da sonda japonesa Hayabusa2 e pousará no asteroide Ryugu

Agência France-Presse
postado em 02/10/2018 15:27
Sem painéis solares, o robô de 10 kg só contará com suas baterias, cuja autonomia é de entre 12 e 15 horas
Paris, França - Mascot, um pequeno robô franco-alemão, descerá nesta quarta-feira da sonda japonesa Hayabusa2 e pousará no asteroide Ryugu, seguindo os passos de dois microrrobôs da agência espacial japonesa que já desembarcaram na semana passada.

Este laboratório, do tamanho de uma caixa de sapato, terá no máximo 15 horas para analisar amostras de solo e transmitir os resultados, explicou à AFP Aurélie Moussi, chefe do projeto do CNES, a agência espacial francesa.

Sem painéis solares, o robô de 10 kg só contará com suas baterias, cuja autonomia é de entre 12 e 15 horas.

Ryugu, que tem 900 metros de diâmetro, está atualmente a pouco menos de 300 milhões de quilômetros da Terra e faz parte dos asteroides tipo C, ou seja, "os mais antigos, que datam da formação do sistema solar", segundo Moussi.

"São também os mais interessantes porque podem conter cadeias carbônicas complexas e água, ambas essenciais para a vida", acrescenta.

A missão de Mascot, sigla que em inglês significa Explorador Móvel da Superfície de um Asteroide (Mobile Asteroid Surface Scout) é "obter uma informação in situ sobre a composição do solo de Ruygu", explica Francis Rocard, responsável dos programas de exploração do sistema solar do CNES.

Lançada há quase quatro anos, a sonda realizou um périplo de 3,2 bilhões de km antes de chegar em junho ao asteroide.
Mascot, um pequeno robô franco-alemão, descerá nesta quarta-feira da sonda japonesa Hayabusa2 e pousará no asteroide Ryugu
Em forma de diamante, Ryugu se revelou extremamente escuro e acidentado. "Há muitos blocos rochosos de diversos tamanhos. Não é uma boa notícia para Mascot", declara Rocard.

Uma vez sobre o asteroide, o robô buscará determinar em escala microscópica a composição mineralógica da superfície.

Mascot dispõe igualmente de uma câmera, um magnetômetro e um radiômetro para analisar as temperaturas do solo.

Se não se posicionar corretamente, o computador de bordo acionará uma espécie de braço interior, que lhe permitirá girar. Este mecanismo deverá servir para deslocar um pouco o robô para que analise vários pontos da superfície.

Na semana passada, Hayabusa2 se separou dos dois microrrobôs que pousaram na superfície. Estava previsto que ambos os robôs se deslocassem mediante pequenos pulos. Esta solução foi considerada mais segura que fazê-los rodar pela superfície desnivelada.

Hayabusa2 tem programado voltar à Terra em 2020 - quando as órbitas do planeta e do asteroide voltem a se aproximar - transportando amostras recolhidas por seus microrrobôs.

Na maior parte do tempo, Hayabusa2, lançada pela agência espacial japonesa Jaxa, se mantém a 20 km do asteroide, mas nesta quarta-feira a sonda se aproximará para que o robô franco-alemão possa descer. Ryugu carece de atmosfera e a gravidade é muito fraca devido a seu pequeno tamanho.

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