Lorena Costa*
postado em 07/06/2019 15:44
Dados da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) revelam que, segundo a realidade brasileira, os primeiros contatos dos baixinhos com o computador em seu processo de aprendizado se darão, aproximadamente, a partir dos seis a sete anos de idade.
De olho em estimular em crianças e jovens a conhecer mais sobre ciência da computação, a Associação Telecentro de Informação e Negócio (ATN) oferece a pessoas de todas as idades os cursos Hora do Código e YouthSpark. No Distrito Federal, os espaços físicos para interessados em aprender informática básica e avançada são o Centro Salesiano do Aprendiz (Cesam), a Ação Social do Planalto (ASP), o Centro de Reintegração Deus Proverá (CRDP) e a Casa Azul. A ATN, no entanto, procura novos parceiros que tenham laboratórios de informática e se interessem em oferecer os cursos filantrópicos.
"Quando os alunos veem o que criaram, eles se sentem motivados a ir em frente", diz o diretor da organização, vinculada a gigantes da computação, como Microsoft e IBM. "A Hora do Código é um movimento global com mais de 100 milhões de alunos em 180 países. Qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode organizar um evento, com tutoriais disponíveis em 40 idiomas", ressalta o gestor.
Moradora de Sobradinho, Talisia Cruz, 17 anos, conta que os cursos Hora do Código foram determinantes para decidir seu futuro. "Comecei fazendo cursos básicos no YouthSpark quando estava no início do ensino médio e, quando consegui fazer programação, soube imediatamente que era aquilo que queria. Quero fazer curso de desenvolvimento de games e, quem sabe, lançar um jogo feito apenas por meninas", diz.
Mas por que ensinar ciência da computação para pessoas tão jovens? Na avaliação da diretora da Techsoup, Carmen Chaves, todos os alunos do século 21 deveriam ter a oportunidade de participar da criação de tecnologias que estão transformando nosso mundo. "Os conceitos básicos ajudam a desenvolver a criatividade e habilidades para a solução de problemas, além de preparar os alunos para futuras carreiras. Mas a maioria das escolas ainda não ensina a ciência da computação", aponta.
Gabriella Esteves, 23 anos, é um exemplo do impacto positivo que o contato precoce tem sobre os futuros profissionais. Recém-graduada em ciência da computação pela Universidade de Brasília (UnB) e selecionada para o programa de trainee da Amazon, a jovem atribui seu percurso ao fato de, aos 12 anos, ter começado a estudar o tema, com o objetivo de montar o próprio PC.
"A informática está presente mais do que nunca no cotidiano das pessoas, modernizando as casas, ruas, escolas, diferentes ambientes de trabalho. Quanto mais crianças tiverem acesso a essa gama de novas tecnologias, melhor", observa a recém-formada.
Quem concorda com Gabriella é o professor da Faculdade de Ciências da Unesp Wagner Junior: para ele, um dos objetivos da introdução dos computadores na vida das crianças é que a tecnologia estimule suas mentes e potencialize seu desenvolvimento intelectual e psicossocial.
"No sistema educacional brasileiro a implantação de computadores nas escolas é mais comum a partir do início do ensino fundamental, embora algumas instituições iniciem esse processo desde a educação infantil, o que, no entanto, não representa um número expressivo", comenta.
Outras instituições no DF que oferecem projetos de capacitação por meio de telecentros:
Telecentro Acessível da APAE-DF:
Fone: (61) 2101-0450
Serpro Inclusão Digital
FAX: (61) 2021-8531
CEU DAS ARTES
(61) 3403 4958