postado em 21/06/2019 21:00
A segurança cibernértica ficou mais uma vez em xeque depois do vazamento de conversas entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol travadas a partir de um aplicativo de mensagens. A quantidade de informações distribuídas até agora mostra o risco de dados sigilosos desprotegidos ; e aqui não está em jogo eventuais falhas éticas do hoje ministro da Justiça, mas o debate sobre qualidade e proteção. No sistema financeiro, onde cada vez mais pessoas utilizam as redes para fazer transações monetárias, a preocupação é uma constante, como mostrou o Congresso de Tecnologia da Informação para Instituições Financeiras (Ciab-Febraban) e a Conferência Anual Brasil em Código, promovida pela Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil). Os dois eventos ocorreram em São Paulo na semana passada.
;Hoje a gente tem condições de mostrar para os nossos clientes as falhas que eles apresentam na segurança e, assim, dimunir os riscos de ataques;, diz Marcelo de Souza Barradas, diretor comercial da Azion, especialista em Edge Computing (rede formada por micro-datas center), ideal para as transações financeiras e e-commerce. A tecnologia torna as transações muito mais rápidas, sem delay e mais segura por causa da infraestrutura próxima da própria operação.; Segundo ele, a intenção é reduzir fraudes, garantindo mais segurança para os clientes. ;A gente trabalha com a mitigação dos riscos;, completa Barradas, que participou da Ciab-Febraban e conversou com o Correio na última quarta-feira.
Marcos Stefanini, de um dos maiores grupos de tecnologia do país, a Stefanini, os riscos sempre existiram, desde o dinheiro em espécie ao cartão de crédito. ;O risco você sempre tem, por isso cabe às instituições mitigar esse risco;, diz o empresário. ;Hoje, cada vez mais, uma das ofertas da própria empresa é o cyber security. A partir do momento que você vai se expondo no meio meio digital, o risco aumenta. Cabe às empresas trabalharem o risco para ele ser administável.; Para Stefanini, por mais que existam riscos, há soluções. ;O Brasil melhorar a segurança digital, pois essa parte ainda não foi amplamente desenvolvida;, diz ele, que trabalha com soluções tecnológicas e tem parcerias com empresas de segurança israelense.
Para Nori Lermen, diretor de inovação da Saque e Pague, uma companhia que nasceu como modelo de atendimento bancário, a segurança do cliente está em primeiro lugar, mas com cuidado para as empresas ganharem a confiança. ;O modelo que acreditamos é o modelo hibrído, por causa da forma como as gerações absorvem a tecnologia. A geração que nasce digital gosta do digital. Mas as mais antigas temem panes no sistema, por exemplo;, diz. ;Pela nossa rede passam R$ 50 bilhões, dinheiro físico, que passa para o digital e volta para o físico. Não dá para impor ao cliente o que ele deve fazer. Quem deve decidir é ele.;
Algumas soluções já dão mais segurança às operações bancárias, como saques e depósitos feitos por biometria a partir do próprio celular. ;A biometria não fica guardada em lugar nenhum, a solução faz com os dados dos clientes não se associem a nada;, diz Marcelo Zuccas, vice-presidente de vendas na América Latina e Caribe e diretor geral do Brasil da NCR, uma empresa com mais de 100 anos. A NCR acabou de adquirir recentemente a japonesa Oki do Brasil, que opera em 120 países. ;A segurança é uma discussão mundial, esse é o maior desafio. Todas as empresas se preocupam com invasões locais ou de fora. Mas é bom deixar claro que o Brasil está preparado para esses ataques.;
Código de barras
Não é apenas o setor bancário que se preocupa com segurança de dados. Supermercados e laboratórios trabalham atentamente com a qualidade dos dados, a partir do código de barras. ;A questão é cadastrar com qualidade de dados. Assim, você consegue rastrear os associados e buscar segurança;, afirma Paulo Crapina, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil. A Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil coloca à disposição de todas as empresas o Serviço de Qualidade de Dados, para ajudar indústria, lojas físicas e e-commerce a capturar e a cadastrar as informações corretas sobre os produtos. Ao optar por um serviço completo e padronizado globalmente, os varejistas contam com acesso gratuito a uma base centralizada com mais de 35 milhões de produtos.
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