postado em 22/06/2020 06:00

A equipe produziu uma biotinta especialmente projetada para impressão direta no corpo. ;Essa formulação é imprimível em 3D em temperatura fisiológica e pode ser aplicada, com segurança, dentro do corpo usando luz visível;, explica, em comunicado, Ali Asghari Adib, um dos autores do estudo e pesquisador do Instituto Terasaki de tecnologia. Cientistas da Universidade de Ohio também participaram do projeto.
Existem dois componentes básicos necessários para produzir um tecido manipulado: uma tinta biológica semelhante a um fluido e fatores de crescimento. O primeiro consiste no material base para a estrutura e é misturado com células vivas. O segundo são moléculas usadas para ajudar as células a crescerem e se tornarem um tecido regenerado. Também é primordial uma aplicação que respeite a temperatura do corpo. ;A construção do tecido tem que ser conduzida à temperatura corporal (37;C). Ele precisa ser anexado efetivamente ao tecido de órgãos vivos e moles em etapas que não prejudiquem o paciente;, detalham autores no estudo.
No caso de superfícies macias, há alguns ajustes na impressão. A ponta do bico da tecnologia foi modificada para poder penetrar com facilidade nesses materiais e preencher o espaço perfurado com a biotinta. Testes em pedaços de tiras de frango cru tiveram resultados promissores. ;O mecanismo criado chama-se intertravamento e permite ligações mais fortes ao entrar no corpo do paciente, o que nos gerou resultados positivos;, detalha Adib.
Ajustes na engenharia de tecidos podem gerar mais segurança aos pacientes e economizar tempo, além de reduzir os cursos das intervenções. Os criadores da tecnologia também chamam a atenção para a possibilidade de desenvolvimento de soluções cada vez mais individualizadas. ;Desenvolver tecidos personalizados que podem lidar com várias lesões e doenças é muito importante para o futuro da medicina. O trabalho apresentado aborda um desafio importante na fabricação desses tecidos, pois nos permite entregar as células e materiais certos diretamente ao defeito, e isso dentro da sala de operações;, destacam. Os pesquisadores pretendem dar continuidade ao estudo, com outras modificações no projeto de engenharia de tecidos para aumentar o potencial de personalização.