Turismo

Taxa de preservação de Fernando de Noronha pode ser paga pela internet

Obrigatória, a taxa de preservação ambiental - um mínimo de R$ 38,24 por dia - pode ser paga pela internet e é calculada de acordo com o tempo de permanência no arquipélago. Tentar ficar mais dias do que o autorizado sai caríssimo para o turista

Carolina Lenoir
postado em 29/12/2010 08:00

A Baía do Sancho está entre as belezas do chamado Mar de Dentro, composto por 10 praias voltadas para o continente americanoSe você sonha em conhecer Fernando de Noronha, vale a pena considerar tanto a opção de viajar por conta própria, montando o seu próprio roteiro (e aproveitando as milhas para emitir a passagem aérea) ou a bordo de um navio, com toda a experiência que esse tipo de viagem proporciona. O único na costa brasileira autorizado a fazer o trajeto até o arquipélago é o francês Bleu de France, que navega no país por meio da operadora CVC e faz sua temporada por aqui até o fim de maio do ano que vem (leia mais na página 3). Quem decide desbravar a ilha por meios próprios tem que estar atento à legislação local. Para começo de conversa, o visitante, para poder colocar seus pés em Noronha, tem primeiro que pagar a taxa de preservação ambiental.

Além de ser fundamental para manter o turismo de forma sustentável na região, a taxa, que pode ser paga com antecedência pela internet (no site www.noronha.pe.gov.br) ou no aeroporto do arquipélago, é também um fator desencorajador para quem tem pretensões de estender demais a estadia. A quantia a ser paga aumenta de acordo com o tempo de permanência, saindo de R$ 38,24 por um dia de visita a exorbitantes R$ 3.154,80 por um mês.

Tentar burlar a administração local e ficar mais dias do que os correspondentes à quantia paga não é uma opção, a menos que você esteja disposto a desembolsar o valor da taxa em dobro. E ficar para sempre na ilha ; ideia certamente tentadora para boa parte dos visitantes ; é ainda mais complicado, a não ser que o turista se apaixone perdidamente por um nativo e junte as trouxinhas com ele. Afinal, nada é impossível.

[FOTO2]Pousadas
As opções de hospedagem em Noronha são bem distintas. Além de hotéis, existem pousadas domiciliares e residências aptas a receberem hóspedes. Existe uma classificação para as pousadas, que, em vez das famosas estrelas, tem golfinhos como símbolo. O maior índice concedido são três golfinhos, como os da Pousada Zé Maria, comandada por uma figura bastante conhecida na ilha, o empresário José Maria Sultanum.

A pousada conta com 22 acomodações, entre bangalôs e apartamentos, e um restaurante que possui a marca da Associação Prato da Boa Lembrança. Como se pode imaginar, é uma das mais caras de Noronha. Para quem procura algo mais em conta, as residências podem ser uma boa opção, desde que pesquisadas com antecedência.

Outra questão que pode ser resolvida antes da viagem são os passeios e a escolha da agência de turismo. Como algumas trilhas só podem ser feitas com autorização do Ibama e acompanhadas por condutores credenciados (leia mais e veja contatos na página 5), vale a pena contratar um serviço especializado, em que os roteiros já são pré-definidos.

Um deles é a prancha vip, que inclui, além de um churrasco a bordo, uma modalidade de mergulho em que a pessoa segura uma prancha presa a uma lancha por meio de um cabo de cinco metros. Com o snorkel, é possível observar a vida marinha em um passeio ao mesmo tempo tranquilo e divertido.

A jornalista viajou a convite da CVC

ANÁLISE DA NOTÍCIA


Preservar é conhecer

; Leonardo Cavalcanti

Noronha é o território das contradições. Ao mesmo tempo em que os comerciantes locais festejam a chegada dos cruzeiros, os ambientalistas lamentam os danos provocados pela dificuldade de fiscalização. Toda e qualquer ação do homem no meio ambiente gera um impacto, em maior ou menor proporção. E nem por isso é razoável que as proibições tirem a chance de alguém conhecer Noronha. Resta saber como restringir os danos. E seguir regras.

Os mais radicais estudiosos do arquipélago defendem maiores restrições ao turista que chega de barco. São quase preconceituosos, pois acreditam que tais viajantes tenham informações de menos sobre o ambiente que vão visitar ; estão ali pela festa apenas, dizem. Besteira. O que está em jogo é a responsabilidade das autoridades, dos empresários e dos turistas. Se há uma proibição em relação ao número de desembarques em Noronha, que a regra seja seguida.

No mais, há uma regra de ouro: só é possível preservar o que se conhece. Se você vai fazer uma viagem ao paraíso, informe-se sobre tudo o que puder para que a sua presença ali não degrade o ambiente. Seus filhos e seus netos irão agradecer no futuro.

É BOM SABER

Fique atento a algumas proibições dentro da área do Parnamar/FN:
; Mergulhar nas piscinas naturais da Baía dos Porcos; descer e mergulhar nas piscinas do Buraco da Raquel e da Ponta das Caracas;

; Visitar a Praia do Leão e a Baía do Sancho de janeiro a julho, no horário das 18h às 6h, devido às desovas de tartarugas-marinhas (aruanãs);

; Nadar e mergulhar com os golfinhos, mesmo fora da baía, e parar embarcações nas imediações da Baía dos Golfinhos;

; Visitar ilhas, ilhotas e rochedos;

; Acampar, pernoitar e fazer fogo na ilha principal;

; Usar nadadeiras, tênis, protetor solar e similares na Praia de Atalaia;

;
Praticar mergulho sem o acompanhamento de empresas credenciadas.

Fonte: Portal Oficial de Fernando de Noronha

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