Carolina Lenoir
postado em 29/12/2010 08:00
Para quem não está acostumado, observar o transatlântico Bleu de France de fora é intimidador. São 12 deques, 374 cabines e capacidade para quase mil passageiros (em Noronha, devido à legislação local, esse número é reduzido para 700), além de cerca de 400 tripulantes. O navio, de origem francesa, estreou neste fim de ano em águas brasileiras, em uma parceria entre a operadora CVC e a armadora espanhola Pullmantur. Ele fica no país até maio de 2011, realizando cruzeiros pelo Nordeste, com destaque à rota de Fernando de Noronha, e pelo litoral do Sudeste.De acordo com o diretor de marítimo da CVC Cruzeiros, Milton Sanches, apesar de ser um navio de luxo, é bastante acessível para a maioria dos turistas. O spa e o cassino são as únicas atrações pagas à parte no navio ; além, obviamente, das butiques. O Bleu de France funciona no sistema all inclusive de comidas, bebidas e entretenimento. Dos 12 andares, seis deles são dedicados ao entretenimento de bordo ; com teatro, boate, espaço para crianças, cassino, sauna, lojas, biblioteca, bares, restaurantes, piscinas e jacuzzis. Especialmente o público feminino há de concordar que o destaque fica para o spa Aqua Marine, com uma enorme lista de tratamentos e massagens de todos os tipos.
Durante o cruzeiro, os passageiros são divididos em dois turnos. Enquanto o primeiro janta, o segundo assiste a espetáculos musicais que agradam em cheio ao público ao qual o cruzeiro se destina, com repertórios que passam por sertanejo, samba, pop internacional e ritmos latinos. Os bares também têm festas noturnas, com temas que incluem Dancing Days, Anos 80 e Tropical. Enquanto se está em alto-mar, toda essa programação pode ser salvadora, já que, especialmente no trecho entre Natal e Fernando de Noronha, o balanço é inevitável e, em alguns momentos, não há remédio que segure.Receptivos
Uma das dicas preciosas para que o enjoo não tome conta do passageiro é não ficar de estômago vazio, o que é praticamente impossível em um cruzeiro com tudo incluído e um restaurante que não para de funcionar. Já as bebidas requerem mais cuidado: nada de tomar litros de água pensando ser uma solução para o desconforto.
Quando o navio ancora, os passeios podem ficar por conta dos passageiros ou por meio de excursões oferecidas por uma equipe da CVC/Pullmantur. Vale ressaltar que, apesar da comodidade dessa última opção, os preços praticados no navio são significativamente maiores que os de agências locais de turismo receptivo. Para evitar surpresas desagradáveis, pesquise antes de embarcar e faça as suas reservas com antecedência.
A experiência é bastante válida tanto para marinheiros de primeira viagem quanto para quem quer conhecer destinos como Fernando de Noronha, Natal e Maceió ; de forma que, em muitos casos, pode sair economicamente mais viável (já que o pagamento do cruzeiro pode ser dividido em várias vezes). Porém, é preciso estar atento ao fato de que o período de permanência em cada cidade é mais curto, devido aos horários de embarque e de desembarque. Em todo o caso, o destino importa tanto quanto a viagem.