Turismo

Casa de banho do século 18 permite uma experiência digna de sultão

postado em 20/04/2011 08:00
O ouro e as inscrições em árabe convivem com mármore e colunas romanas no prédio da casa de banho
Por mais que se leia ou se ouça falar sobre o assunto, a primeira experiência em um banho turco provoca sempre uma certa ansiedade. Serviço pago, chega a hora de seguir as orientações do local. Pegue sua chave e vá até o minúsculo quarto individual, onde deixará suas roupas. Todas, inclusive as íntimas. Quem preferir pode ficar somente de cueca ou calcinha, mas geralmente os visitantes tiram tudo mesmo. Do quartinho, você sairá com um tamanco de madeira nos pés e uma toalha fina, com jeito de tapete turco, enrolada na cintura.

O próximo passo é entrar em um grande salão. Ressalte-se desde já: homens no andar de baixo e mulheres, no de cima. Ao ingressar no espaço construído em 1741, você até esquece-se, por alguns instantes, de que está se equilibrando em cima de um tamanco desconfortável: no ambiente, há muito mármore, colunas romanas e bicas com baldes para todos os lados. O vapor quente é sentido de imediato. Quem tem fobia a sauna pode não se adaptar bem ao ambiente abafado e úmido.

Por cerca de 20 minutos, é só permanecer sentado no mármore quente (se aguentar), em uma sala reservada, e deixar o suor escorrer pelo corpo. Um termômetro na parede acusa os mais de 35;C. Quando você já estiver pingando, um turco (para os visitantes homens) ou uma turca (no caso das mulheres) o chamará para se deitar em outro mármore ; mais quente ainda ; na área central do grande salão. Ali, não dá mais para voltar atrás. Prepare-se para uma massagem relaxante, mas, digamos, firme, com direito até a tapas nas costas.

Os funcionários falam o básico do inglês. Perguntarão de onde você é, se está tudo OK e provavelmente não deixarão de pedir gorjeta. O banho turco propriamente dito surge no momento pós-massagem. O visitante se senta em uma pedra também de mármore, geralmente preocupado em segurar a toalha que tampa as partes íntimas, e recebe água, sabão e muitos esfregões. Limpo e massageado, resta deixar o ambiente a vapor, enxugar-se e voltar ao quartinho inicial, para se vestir e ir embora com, tendo gostado ou não da experiência, uma boa história para contar. (DA)

Purificação
Não se sabe exatamente quão antiga é a tradição do banho turco. Os guias em Istambul associam a lavagem à purificação do corpo e da alma e explicam que os sultões costumavam se lavar nos banhos turcos após as relações sexuais no harém.


No cotidiano

; Todos os principais pontos turísticos de Istambul dispõem de estrutura adequada para turistas, como banheiros, lojinhas e lanchonetes. Quem não estiver acompanhado de guia pode pagar pelo sistema de tradução por meio de fones de ouvido. O aluguel do equipamento custa entre 10 e 30 liras.

; Tudo bem que Istambul é uma cidade ocidentalizada, apesar de cerca de 95% da população se declarar muçulmana, mas é de bom tom que o turista respeite as tradições locais. Não é recomendável, por exemplo, fumar em frente às mesquitas.


Aonde ir

Cagaloglu Hamami
www.cagalogluhamami.com.tr
É um dos locais de banho turco dos mais tradicionais em Istambul. Aparece até na lista do New York Times como um dos mil lugares para conhecer antes de morrer e, por isso, atrai turistas e famosos todos os anos. O banho completo sai por 88 liras, algo em torno de R$ 91.

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