Turismo

Não espere pelo inverno para conhecer a Serra Gaúcha

postado em 18/05/2011 09:58
O avermelhado dos plátanos e das hortênsias, a neblina e a chuva fina não deixam dúvidas aos visitantes da Serra Gaúcha: o outono está aí. A baixa temporada revela novos cenários, livres do tumulto nas ruas, dos hotéis lotados e das filas nos restaurantes, característicos de períodos como inverno e Natal. Ao cair das folhas, ressalta-se o clima bucólico das pequenas Gramado, Canela e Nova Petrópolis. As montanhas cobertas pela mata de araucárias e a arquitetura enxaimel, típica do período colonial alemão, completam o ambiente pacato do interior do Rio Grande do Sul. A herança dos imigrantes pode ser apreciada ainda nos sabores dos vinhos e das culinárias alemã, italiana ou portuguesa.

A região da Serra Gaúcha está a cerca de 120km do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, o que dá pouco mais de uma hora de viagem para quem faz o trajeto de carro, se a BR-116, principal estrada que liga as cidades, não estiver engarrafada. Essa é a via que corta o Rio Grande do Sul a partir da fronteira com o Uruguai e tornou-se famosa pelo visual de vales, matas, rios e cascatas que oferece aos motoristas. É também uma via de tráfego intenso e traçado sinuoso, que exige atenção redobrada.

Para fugir dos congestionamentos, que podem aumentar o tempo de viagem para até três horas, a melhor opção é ir pela estrada estadual RS-020.O caminho alternativo atravessa as cidades de Igrejinha, polo coureiro-calçadista, e Três Coroas, sede do principal templo budista da América Latina. Na bagagem, é bom levar muitas roupas leves e poucos ; mas bons ; casacos, pois o clima subtropical apresenta grande oscilação. Este mês, por exemplo, a temperatura deve variar entre 8;C e 20;C em Gramado. Já é o suficiente para animar os visitantes a se esbaldar nas iguarias locais, como queijos, vinhos e chocolates.

Natureza

Distante apenas 6km de Gramado, Canela é a cidade que apresenta as mais impressionantes belezas naturais do roteiro na Serra Gaúcha. A combinação única de fatores como a altitude ; 837m acima do nível no mar ;, a abundância de chuvas e o relevo acidentado transformaram o local em um pequeno paraíso de clima ameno, cercado de vales e cascatas. A exploração turística da região é altamente profissionalizada, algo aprimorado desde os anos 1930, época em que passar o verão nesses vales já era considerado sinal de status entre os porto-alegrenses.

Bem no centro da cidade está a Igreja Matriz de Canela, da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, um dos pontos turísticos mais visitados de todo o Rio Grande do Sul. Com arquitetura em estilo gótico, o templo tem 65m de altura e paredes erguidas em pedra basalto, o que lhe conferiu o apelido de Catedral de Pedra de Canela. Da torre dessa igreja, durante o Natal, ocorre a descida de rapel do Papai Noel. Os coloridos vitrais que iluminam o templo representam a Ladainha de Nossa Senhora.

No quesito paisagens, o ponto mais belo do passeio é a Cascata do Caracol, uma queda d;água de 131m, o equivalente a 44 andares. O cenário pode ser apreciado do alto de um mirante, 30m acima do topo da cachoeira e que pode ser acessado por meio de um elevador panorâmico. Quem preferir chegar mais perto têm a opção de percorrer as trilhas do Parque Estadual do Caracol, que levam até a água. O trajeto para as corredeiras, logo acima da queda, pode ser feito em pouco mais de 20 minutos e está em boas condições, mas requer disposição para encarar a mata fechada.

Já os 750 degraus que levam à base da cascata demoram cerca de uma hora para serem percorridos e só devem ser encarados por pessoas com bom preparo físico. Como alguns pontos da escada estão em más condições de manutenção e podem trazer o risco de escorregar e cair, é melhor nunca descer sozinho, principalmente nos dias de chuva e neblina.

Parque temático
No meio da via D. Luís Guanella, que liga Canela a Gramado, a dica é dar uma paradinha no Mundo a Vapor, parque temático que conta com 20 miniaturas de estabelecimentos industriais do início do século passado, como serraria, siderúrgica e olaria, além de barragem e usina eólica. Todas funcionam de verdade e o uso delas é controlado e explicado por monitores. O local conta ainda com a única réplica de um relógio a vapor cujo original está no Canadá.

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