postado em 13/07/2011 11:06
Fogueira com marshmallows, gincanas, crianças separadas por equipes e muita aventura. Não parece a combinação perfeita para os filhos curtirem as férias de julho em acampamentos educativos? Enquanto a brincadeira rola solta, os pais aproveitam o merecido descanso longe dos pimpolhos. ;Os pais só têm férias uma vez por ano, enquanto os filhos têm duas. É preferível que eles tenham uma atividade em vez de ficarem em casa jogando videogame;, conta a aposentada Sílvia de Moraes, 50 anos, que sempre deixou os dois filhos passarem as férias em campings elaborados especialmente para os pequenos.Para Sílvia, esse tipo de viagem é importante por tornar as crianças mais independentes. ;Notava diferença com relação à organização, à convivência em equipe, à liderança e à capacidade para assumir responsabilidades.; Lucas e Paulo Campos, filhos de Sílvia, acostumaram-se a sair de Brasília para passar as férias em São Paulo, no Acampamento dos Pumas (www.pumas.com.br), um dos mais antigos do país na área educativa. Localizado entre Pindamonhangaba e Campos do Jordão, existe há 51 anos e pertence à terceira geração da mesma família. A tradição ganhou a confiança de Sílvia e a paixão dos filhos.
Atualmente, com 18 e 21 anos, respectivamente, os universitários não têm mais idade para frequentar o acampamento. Mas Paulo deu um jeito de não perder contato e virou monitor do local. Até agora, trabalhou três vezes como ;tio; da criançada. ;O monitor ajuda a criança em tudo o que ela precisa. Levo ao banheiro, conto histórias para dormir e explico as regras dos jogos, entre outras tarefas;, afirma. ;Passar de acampante para monitor foi muito bom.;
Chocolates
Juçara Campos Luiz, uma das diretoras do Pumas e proprietária há 35 anos, conta que ele foi fundado pelo sogro. A memória afetiva é grande a ponto de as crianças e os adolescentes que hoje participam do acampamento serem filhos ou sobrinhos daqueles que, quando menores, divertiram-se ali mesmo, na Serra da Mantiqueira. Nestas férias, o acampamento receberá 220 meninos e meninas entre cinco e 17 anos de todos os estados.
Entre as atividades oferecidas, estão canoagem, trilha de jipe ou a cavalo, arvorismo, festas temáticas, gincanas e beisebol. Um passeio a Campos do Jordão, a apenas 20km, faz parte da programação. Os meninos ficam ;presos; numa loja durante três minutos e podem comer todo o chocolate que tiverem vontade (e aguentarem). Juçara ressalta que todos os participantes têm seguro-saúde e que, para os esportes de aventura, são utilizados equipamentos de segurança, como capacete no hipismo e colete na canoagem.
Mais perto de Brasília está o Nosso Recanto Acampamentos, na cidade de Sapucaí Mirim, em Minas Gerais. Dividido entre dois espaços, o NR1 (voltado para crianças de cinco a 10 anos) e o NR2 (de 11 a 16 anos), o local existe há 58 anos e recebe cerca de 30 mil pessoas por ano. Segundo Francisco Santos, gerente de marketing, é comum as pessoas acharem que os acampamentos só funcionam no período de recesso escolar, mas o NR fica aberto durante todo o ano.
Entre as atrações oferecidas, a que faz mais sucesso entre as meninas é a oficina de cupcake (bolinhos assados e delicados, confeitados ao gosto de quem o prepara). Os meninos preferem o workshop de DJ e o skate camp. Além disso, há festa de debutantes, tirolesa, brinquedos que simulam esportes radicais, pescaria, piscina, ginásios e infinitas atividades para não deixar ninguém parado.
Orientações
A engenheira Claudia Afonso, 36 anos, segurou o coração de mãe coruja quando mandou os três filhos para um acampamento em julho do ano passado. Foi a primeira vez que Ricardo, hoje com 12 anos, Bernardo, 10, e Anna Raio Zatz, 8, iriam acampar longe dos pais. ;Foi interessante e preocupante ao mesmo tempo porque eles tinham que viajar de avião e ir para outra cidade. Antes de irem, liguei e tirei todas as dúvidas;, ressalta.
Ela só ficou segura quando recebeu as orientações e soube que os filhos seriam cuidados por monitores e profissionais. Claudia também descobriu que o acampamento onde os filhos iriam pertencia a uma associação nacional. ;Mandei e fui buscá-los em 10 dias. Em janeiro deste ano, eles foram e já ficaram a temporada inteira. Agora, estão indo de novo;, conta.
Da mesma forma que Claudia, o melhor caminho para assegurar o lazer seguro do filho é a pesquisa. Uma boa dica é se orientar com a Associação Brasileira de Acampamentos Educativos (Abae), que existe há 10 anos e reúne 18 estabelecimentos participantes. A entidade criou um guia prático para ajudar na escolha do acampamento ideal. ;Para fazer parte da associação, é preciso no mínimo três anos de experiência comprovada e nenhum problema com a Justiça. Fazemos um levantamento da área e da estrutura material e humana do empreendimento. Além disso, o acampamento é periodicamente avaliado;, esclarece a presidente da instituição, Marília Rabello.