postado em 14/09/2011 10:33
João Pessoa nem sempre está entre as cidades mais procuradas entre quem quer viajar para o Nordeste. Mas quem opta pela capital do estado de origem de Elba e José Ramalho, Chico César e Jackson do Pandeiro encontra uma cidade agradável, arborizada, menos cheia de turistas e, o que é melhor, mais barata do que as vizinhas Natal (a 180km) e Recife (a 120km).O número de pessoas que, por preconceito ou desconhecimento, deixam a Paraíba por último está caindo. A próxima novela global das sete, Aquele beijo, terá cenas passadas na capital, o que deverá atrair mais atenção para o lugar. Bom para quem depende do turismo para viver. Já a quem gosta de visitar lugares calmos, resta torcer para que esse crescimento não tire muito o sossego local.
;Apesar de ser capital, João Pessoa sempre foi muito tranquila;, explica Ruth Avelino, presidente da Empresa Paraibana de Turismo (Pbtur). ;Recife e Natal cresceram muito e, junto, a violência, o custo de vida, o trânsito. João Pessoa evoluiu mais lentamente, o que traz a imagem de cidade calma, interiorana. Nossos índices de violência sempre foram mais baixos que os das cidades vizinhas;, explica. Ruth dá outro argumento irresistível: ;Em 30km de praia, nenhuma está poluída;.
Muros baixos
Dá para notar. A Avenida Cabo Branco, que circunda a orla urbana, todas as manhãs é fechada das 6h às 8h para caminhantes. Há pontos de aluguel de bicicleta e de skate. À noite, famílias se reúnem, sentadas em roda, conversando. Cena de uma típica cidade de interior brasileiro.
;João Pessoa apresenta uma boa qualidade de vida, o que tem atraído muitas pessoas das regiões Sudeste e Sul, inclusive para morar;, atesta Márcio Ferreira Paiva, 38 anos, taxista há 14. ;Não só aposentados, mas gente que ainda está no mercado, como funcionários públicos, pede transferência e vem morar aqui. Restaurantes são abertos e, quando você vai ver, o proprietário é alguém de Minas, do Rio Grande do Sul, que deixa o emprego na cidade de origem e vem para cá;, concorda Ruth Avelino.
O muro da maioria das casas é baixo e, à beira-mar, não são permitidas construções com mais de três andares. Nas ruas de trás é livre a construção de grandes prédios. A cidade tem 8,5 mil leitos e 267 hotéis. O governo quer colocar em prática um projeto de polo turístico criado em 1986 que prevê a construção de 19 hotéis, mas isso até hoje não saiu do papel.
Colaborou Anderson Rocha
Espigões
A lei que proibiu edifícios com mais de três andares data de 1988. Antes disso, foram erguidos três prédios com cerca de 12 pavimentos. São os únicos da orla pessoense.
Aonde ir
Igreja de São Francisco
Praça de São Francisco, s/n;
Diariamente, das 9h às 12h e
das 14h às 17h. Ingressos: R$ 4.