Turismo

Povoado ao pé da Cordilheira dos Andes mantém tradição da tecelagem manual

postado em 21/09/2011 10:06
Ir ao Peru e não visitar as ruínas de Machupicchu equivale à situação que diz respeito a Roma e ao papa. A cidade perdida dos incas completou em 2011 os 100 anos de sua descoberta científica, feita pelo norte-americano Hiran Bingham. Mais que isso, todas as peças arqueológicas pilhadas pelo explorador e levadas para os EUA, cerca de 40 mil, começaram a ser devolvidas ao Peru em abril, depois de uma peleja judiciária de mais de meio século.

Se Machupicchu é programa sagrado para quem vai ao país andino, outro pecado de grandes proporções é não rodar e conhecer o Vale Sagrado, a grande faixa de terra que circunda a cidade perdida. O ponto de partida é naturalmente Cuzco, antiga capital do império inca, cidade grande e histórica, que tem aeroporto (um novo será construído) e é uma espécie de base para quem vai a Machupicchu, por ferrovia ou estrada.

Ir pela estrada, quase toda asfaltada, é garantia de conhecer lugares únicos, ao pé ou sobre as montanhas dos Andes, sempre com picos nevados ao fundo, paisagem que melhora qualquer humor. De vez em quando, durante o percurso, o visitante se depara com o Rio Urubamba, também conhecido como Vilcanota. Muito legal é conhecer as pequenas cidades ou pueblos e a lida dos camponeses peruanos, tão amantes da terra.

Ar rarefeito
Chinchero, localizada a pouco menos de 30 quilômetros de Cuzco, conserva ruínas e um mercado de artesanato espalhado por suas vielas, com muitas opções, inclusive de vestuário, a preços vantajosos. O lugar fica a 3,7 mil metros acima do nível do mar e é recomendado andar mais devagar em função do ar rarefeito.

Uma dica legal é a Textilería Tradicional Urpi, cooperativa de 15 mulheres que durante décadas têm a tecelagem como modo de vida, tradição que passa de mãe para filha. Elas resolveram se reunir em um terreno de cerca de 400 metros quadrados, com galpão e loja, além de uma casa bem simples que serve almoços típicos. Mantas, roupas, xales, caminhos de mesa, peças para piso e cama são feitas artesanalmente em um espaço aberto para que os turistas vejam, fotografem e, claro, comprem.

A cidadezinha normalmente integra passeios de um dia por destinos próximos a Cuzco. Entre eles, estão Ollantaytambo e Pisaq (que conta com um mercado dominical imperdível). Você pode contratar esses tours no próprio hotel ou albergue onde se hospedar.

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