postado em 19/10/2011 08:00
; Clara FavillaEspecial para o Correio
Oslo, sede do governo e principal centro comercial, financeiro, industrial e cultural da Noruega, um dos berços do povo viking, pode ser considerada cidade única no mundo ao concentrar, no seu centro histórico ou bem perto dele, quase todos os atrativos turísticos. Ao longo da principal avenida (ou perto dela), a Karl Johan, reservada a pedestres, estão verdadeiras joias arquitetônicas que firmaram a Noruega como nação depois de sua independência da Suécia, em 1905.
Entre elas, o Teatro Nacional, que honra o mais conhecido escritor do país, Henrik Ibsen. E, ainda, a Galeria Nacional, que tem no acervo a versão original (óleo sobre cartão) de O grito, a obra mais importante e famosa de Edvard Munch. Roubada em fevereiro de 1994, foi recuperada em maio do mesmo ano com a ajuda da Scotland Yard.
Também fazem parte do acervo permanente da Galeria Nacional muitas obras de impressionistas franceses (entre eles, Renoir), além de modernistas como Modigliani. Os interessados em arte devem também atentar para eventos temporários, sempre de grande importância. Aberta em setembro, segue, até janeiro de 2012, a exposição Giacometti, Hodler, Klee; Swiss modern masters, organizada pelo Museu de Belas Artes de Berna, Suíça.
Parque
Considera-se como centro histórico de Oslo (Kvadraturen) a área entre a Fortaleza de Akershus, na zona portuária, e a avenida Karl Johan, com boas lojas para compras, como a Byporten, a Palé e a Christiania Glasmagasin. Perto do centro ; acessível de ônibus ou metrô ; encontram-se o Museu Munch com mais de mil obras do autor, inclusive a segunda versão de O grito (têmpera sobre cartão), roubada em 2004 e recuperada em 2006. E, além dele, o Museu Viking, com os navios e os artefatos resgatados nas localidades de Gokstad, Oseberg e Tune, bem como preciosidades arqueológicas descobertas no entorno do Oslofjord.
A menos de 3km do centro encontra-se o Parque Frogner, com 200 esculturas de um único artista: Gustav Vigeland (1869-1943), que dedicou 40 anos de sua vida ao projeto. Reserve uma manhã ou tarde para passear na área de 320 mil metros que abriga as esculturas e pode ser considerada um outro parque dentro do Frogner.
Depois das inevitáveis fotos, escolha um lugar tranquilo para observar melhor o conjunto da obra, que, além de expressar sentimentos humanos ; tanto os mais quanto os menos nobres ;, também lembram que se nasce para ter um fim. Todas as etapas da vida humana estão ali: desde a árvore carregada de bebês (como se fossem frutos), a infância, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte. Deixe-se levar pela emoção e não tenha pressa de sair desse lugar tão carregado de verdades que só a arte consegue expressar.
Esqui
Do centro, pode-se também ir de metrô a Holmenkollen (a 20 minutos), a 400 metros do nível do mar, para um lanche, almoço ou jantar nos restaurantes do Park Hotel Rica, um dos mais famosos e bonitos da cidade, e desfrutar de uma atmosfera bucólica, com belas vistas de Oslo. A Holmenkollen dá acesso à Nordmarka Forest, reserva natural, ideal para a prática de montanhismo (mesmo no inverno).
Nessa colina encontram-se as principais pistas da Noruega para a prática de esqui, inclusive o nórdico (saltos). Quando não é utilizada para eventos esportivos, a estrutura fica aberta à visitação. Do alto, também é possível admirar vistas panorâmicas. Na base, está a sede do Museu do Esqui, que mostra a evolução desse esporte e documenta as edições das Olimpíadas de Inverno sediadas pela Noruega em 1952 (Oslo) e 1994 (Lillehammer).
A jornalista viajou a convite da TryNorway, que contou com o apoio da VisitNorway, guia oficial da Noruega
Estado monarquista
A Noruega é uma monarquia democrática parlamentarista. O chefe de governo é o Rei Harald V, e o primeiro-ministro, Jens Stoltenberg. O país, por enquanto, não sofre os impactos da crise financeira global, apoiado no fundo alimentado pelas receitas do petróleo e do gás. O desemprego está em 3%, uma das taxas mais baixas da Europa.
Vida que segue
; Certamente a Noruega e o mundo não se conformarão jamais com os atentados a Oslo e à Ilha de Utoya, praticados em 22 de julho pelo extremista de direita Anders Behring. Muita dor para um país onde a criminalidade quase inexiste. Apesar da tragédia, o fluxo de turistas programado para 2011 não sofreu qualquer abalo. Para os próximos anos, a tendência é só aumentar, inclusive com a contribuição dos brasileiros. Pudera: há atrações para jovens, casais de todas as idades e famílias com crianças pequenas ou adolescentes.