Enquanto no verão o bicho pega, com milhares de visitantes, no inverno e na primavera Punta del Este é totalmente diferente: os turistas são poucos e quase não interferem na paisagem da cidade balneário. E mesmo esse número reduzido vem muito mais pelo prazer de apostar em seus cassinos do que propriamente para curtir suas belezas. O friozinho passa longe dos ambientes aquecidos e cheios de roletas, cartas e máquinas caça-níqueis.
Melhor do que apostar, no entanto, é usar o pouco dinheiro para ganhar autonomia no balneário. A dica é alugar um carro em Montevidéu (os preços são baixos, se comparados aos do Brasil), seguir até Punta e, em quatro rodas, explorar todos os cantos, como a praia oceânica de El Grillo.
Na baixa temporada, a paisagem urbana é bem diferente em Punta del Este, que tem população fixa em torno dos 30 mil habitantes. Uma boa dica é desfrutar da paisagem da Tambo Lapataia, uma fazenda a 12 quilômetros da cidade, numa área rural repleta de boas paisagens. Tambo é o nome que se dá às propriedades produtoras de leite e seus derivados. Com o doce de leite como um de seus principais produtos, a Lapataia é aberta ao público e tem espaço para caminhadas, lago e restaurante típico, onde não falta a tradicional parrilla.
Não deixe de comprar o doce, autêntica iguaria, que custa cerca de R$ 10 para uma embalagem de 500 gramas. Mas nem tente trazer o produto para o Brasil: é grande a chance de ele ser apreendido nos aeroportos brasileiros, porque a fiscalização sanitária do Ministério da Agricultura proíbe a entrada. Perto, a pouco mais 15 minutos de carro, você chega ao grande Lago Sauce, com suas praias de água doce, muitas casas de veraneio e uma paisagem bem bonita.
Quem vai na cidade tem obrigação de, pelo menos um dia, ir à vizinha Punta Ballena, bem próxima, e conhecer a Casa Pueblo. No lugar, sempre às 18h em ponto, ouve-se a voz gravada do artista Carlos Paez Vilaró (leia o Para saber mais) recitar, por alto-falante, um de seus poemas. O ambiente é tomado por ares mágicos, impulsionados pela arquitetura singular da Casa Pueblo, construída pelo artista, num penhasco à beira do Atlântico. Nesse instante, da sacada da construção, o turista afortunado mira o mar e, viaja, viaja, viaja.